São Paulo, quinta-feira, 05 de março de 2009

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AMÉRICA LATINA

Em cúpula com Obama, Brasil vai liderar o coro pró-Cuba

LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente americano, Barack Obama, hesitou, mas acabou decidindo comparecer à 5ª Cúpula das Américas, no mês que vem Trinidad e Tobago, considerado seu primeiro teste na América Latina. Lá deve ouvir um coro de países da região, liderados pelo Brasil, por mudanças na relação Cuba/ EUA e contra eventuais medidas protecionistas que possam agravar a crise.
Além dessas questões, o Brasil e os vizinhos compartilham outra preocupação imediata que devem transmitir a Obama: a escassez internacional de crédito e a eventualidade de os EUA sorverem os recursos existentes, deixando os demais sem terem aonde recorrer.
Os temas pautarão também a conversa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com Obama, prevista para 17 de março em Washington.
Na questão de Cuba, o governo brasileiro rejeita a ideia de que possa vir a ter um papel de mediador com EUA, por entender que isso se fará desnecessário. Prefere ver-se como interlocutor favorável nesse caso.
O Brasil diz que é preciso ajudar a criar condições econômicas na ilha que permitam mudanças políticas no futuro. Com pretensão de ser "sócio número 1 de Cuba", posto hoje da Venezuela, o governo tem aumentado investimentos e ampliado a cooperação bilateral.
O governo americano, segundo relatos de fontes diplomáticas ouvidas pela Folha, hesitou inicialmente quanto à cúpula. Temia que Obama não tivesse muito a dizer, já que, em crise, seu país não pode oferecer muito. Temia ainda que o evento virasse um palco anti-EUA.
Obama, porém, acabou confirmando que vai. A expectativa é que ele anuncie o alívio de restrições a viagens e remessas de cubano-americanos à ilha. A Câmara dos EUA aprovou a proposta, que é debatida no Senado.


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