|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AMÉRICA LATINA
Em cúpula com Obama, Brasil vai liderar o coro pró-Cuba
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente americano,
Barack Obama, hesitou, mas
acabou decidindo comparecer à 5ª Cúpula das Américas, no mês que vem Trinidad e Tobago, considerado
seu primeiro teste na América Latina. Lá deve ouvir um
coro de países da região, liderados pelo Brasil, por mudanças na relação Cuba/
EUA e contra eventuais medidas protecionistas que
possam agravar a crise.
Além dessas questões, o
Brasil e os vizinhos compartilham outra preocupação
imediata que devem transmitir a Obama: a escassez internacional de crédito e a
eventualidade de os EUA
sorverem os recursos existentes, deixando os demais
sem terem aonde recorrer.
Os temas pautarão também a conversa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
com Obama, prevista para 17
de março em Washington.
Na questão de Cuba, o governo brasileiro rejeita a
ideia de que possa vir a ter
um papel de mediador com
EUA, por entender que isso
se fará desnecessário. Prefere ver-se como interlocutor
favorável nesse caso.
O Brasil diz que é preciso
ajudar a criar condições econômicas na ilha que permitam mudanças políticas no
futuro. Com pretensão de ser
"sócio número 1 de Cuba",
posto hoje da Venezuela, o
governo tem aumentado investimentos e ampliado a
cooperação bilateral.
O governo americano, segundo relatos de fontes diplomáticas ouvidas pela Folha, hesitou inicialmente
quanto à cúpula. Temia que
Obama não tivesse muito a
dizer, já que, em crise, seu
país não pode oferecer muito. Temia ainda que o evento
virasse um palco anti-EUA.
Obama, porém, acabou
confirmando que vai. A expectativa é que ele anuncie o
alívio de restrições a viagens
e remessas de cubano-americanos à ilha. A Câmara dos
EUA aprovou a proposta,
que é debatida no Senado.
Texto Anterior: Ásia Central: Paquistão prende 20 pessoas por ataque a time de críquete Próximo Texto: Chávez ordena "expropriação" da Cargill Índice
|