|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Contrariando Casa Branca, Pelosi discute Iraque e Líbano em Damasco
DA REDAÇÃO
A democrata Nancy Pelosi, a
presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, reuniu-se ontem em Damasco com o
ditador sírio, Bashar al Assad,
para discutir o Oriente Médio.
Na pauta, Iraque, Líbano e a
perspectiva de conversações de
paz entre Síria e Israel.
Segunda na linha de sucessão
de George W. Bush, Pelosi é a
política americana de mais alto
nível a visitar Damasco desde
que as relações entre EUA e Síria esfriaram, em 2003.
Sua visita foi criticada por
Bush e outros membros do governo, que busca isolar a Síria
diplomaticamente. O porta-voz
da Casa Branca, Sean McCormack, afirmou que é o Executivo o "responsável por executar
a política externa" do país.
"Deixamos claro que a visita
[de Pelosi] foi inoportuna (...)
[As autoridades sírias] usam
esse tipo de visita para dar a impressão de que a Síria não tem
problemas com seus vizinhos."
A visita é vista como sinal de
reengajamento da Síria com os
EUA e parece ter elevado o perfil internacional de Assad. Mas
não está claro como isso será
recebido pelos países da região.
Em entrevista coletiva após a
reunião, Pelosi disse ter expressado a Assad "preocupação
em torno do apoio dado pela Síria" aos grupos extremistas
Hizbollah e Hamas e "interesse
em ajudar a promover a paz
com Israel". Mas a presidente
da Câmara, que embarcou para
a Arábia Saudita na tarde de ontem, insistiu que não está contradizendo a política de Bush
para o Oriente Médio. Na véspera, Bush dissera que a visita
enviava "sinais confusos".
Antes de ir à Síria, Pelosi reuniu-se com o premiê israelense,
Ehud Olmert. Ela disse ter
transmitido a Assad uma mensagem de Olmert de que Israel
busca a paz com a Síria e que o
líder sírio reagiu positivamente. Mas um comunicado posterior de Israel afirma que, para
que as negociações comecem, a
Síria deve "parar de patrocinar
grupos terroristas".
Pelosi, muitos outros democratas e alguns republicanos
defendem a importância de
ampliar o diálogo com a Síria
como forma de aumentar a estabilidade no Oriente Médio.
Autoridades sírias apostam
na melhora das relações com os
democratas, que, prevêem, vão
liderar os EUA nos próximos
anos, disse Ziad Haider, chefe
da sucursal em Damasco do
jornal de esquerda "Al Safir".
"A abordagem de Pelosi representa uma política mais pragmática; a política do governo
nos últimos anos tem se baseado em exigências e ideologia."
Com "The New York Times"
e agências internacionais
Texto Anterior: Rússia e Síria foram intermediárias na soltura de militares Próximo Texto: Pesquisa aponta que americanos não confiam na política externa Índice
|