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Cardeal defende papa na missa de Páscoa
Discurso de apoio destoou do silêncio mantido por Bento 16 sobre abusos durante toda a Semana Santa
DA REDAÇÃO
Num gesto provavelmente
inédito, o Colégio dos Cardeais
abriu as solenidades do Domingo de Páscoa ontem, no Vaticano, com mensagem de apoio ao
papa Bento 16, alvo de uma onda de denúncias de encobrimento de casos de abuso sexual
de menores por clérigos.
"Sua Santidade não está sozinha", disse o cardeal Angelo Sodano. "Do seu lado está o povo
de Deus, que não se deixa influenciar pelos murmúrios do
momento, pelos julgamentos
que às vezes golpeiam os fiéis."
Depois do discurso, Bento 16
abraçou o cardeal. Mesmo assim, não fez nenhuma referência à crise no sermão pascal, a
exemplo do que ocorreu durante toda a Semana Santa.
Sob chuva, o pontífice disse
para dezenas de milhares de
fiéis que a humanidade precisa
de uma conversão espiritual e
moral para sair da crise. Falou
também do "recrudescimento
do narcotráfico" na América
Latina e no Caribe e dos terremotos ocorridos no Haiti e no
Chile, antes de concluir com a
bênção "Urbi et Orbi" (à cidade
e ao mundo, em latim).
O papa tem sido acusado de
ter se omitido diante de abusos
quando era bispo de Munique e
chefe da Congregação para a
Doutrina da Fé, antes de ser
eleito papa, em 2005. Para a
Santa Sé, a difusão dos casos é
uma campanha difamatória.
Na catedral de Dublin, na Irlanda, pessoas tentaram interromper a missa de Páscoa ontem para depositar sapatos de
crianças ao pé do altar, em um
protesto contra abusos por padres no país, durante décadas,
sem interferência do Vaticano.
Na Áustria, a comissão independente criada pela Igreja Católica para examinar denúncias
anunciou que pagará por indenizações e terapia.
Antissemitismo
O pregador do Vaticano, Raniero Cantalamessa, que agravou a polêmica em torno do papa ao compará-la ao antissemitismo, pediu desculpas. Ele disse, em entrevista publicada ontem pelo jornal "Corriere della
Sera", que não queria ferir "as
sensibilidades dos judeus e vítimas de pedofilia" e negou que o
papa tivesse lido o texto antes.
Com agências internacionais
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