São Paulo, quarta-feira, 05 de maio de 2004

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ISRAEL

Em referendo, proposta rejeitada por Likud venceria

EUA, ONU, Europa e Rússia apóiam plano de retirada israelense de Gaza

DA REDAÇÃO

Representantes dos EUA, da União Européia, da Rússia e da ONU -o chamado Quarteto- apoiaram o plano do premiê Ariel Sharon de retirada total de Israel da faixa de Gaza, apesar de a proposta ter sido rejeitada no domingo em referendo interno do Likud, partido de Sharon.
"Essa iniciativa, que precisa conduzir a uma total retirada israelense e ao fim da ocupação em Gaza, pode significar um passo adiante rumo à idéia de dois Estados e dar novo alento ao plano de paz", disse o secretário-geral da ONU, Kofi Annan.
Em nota divulgada após encontro em Nova York, o Quarteto disse que as questões mais delicadas no conflito israelo-palestino devem ser negociadas entre as duas partes envolvidas. A frase embute uma crítica às garantias que o presidente dos EUA, George W. Bush, deu a Sharon no mês passado de que Israel, num acordo final com os palestinos, não precisará abrir mão de todos os assentamentos situados nos territórios ocupados nem aceitar o retorno de refugiados palestinos ao país.
Sessenta ex-diplomatas americanos assinaram ontem uma carta a Bush na qual afirmam que seu "apoio deslavado" a Sharon estaria custando aos EUA "credibilidade, prestígio e amigos".
O jornal israelense "Yediot Ahronot" publicou ontem pesquisa segundo a qual o plano de Sharon teria sido aprovado, com 62% de votos a favor e 31% contrários, em um referendo nacional.
Apesar de 60% de seus correligionários terem rejeitado o plano, Sharon já prepara uma nova versão, provavelmente mais atenuada. Tradicional defensor das colônias judaicas, o premiê pretendia retirar 7.000 colonos e as tropas que os protegem de Gaza, assim como quatro assentamentos na Cisjordânia. Sua proposta se insere numa estratégia de progressiva separação unilateral de Israel dos palestinos, devido ao impasse no processo de paz.
Entretanto, os adversários da proposta dizem que a retirada de Gaza sem nada em troca seria uma "concessão ao terror".
O novo plano, que pode ser submetido ao gabinete, deve limitar a saída de Gaza, possivelmente mantendo algumas das 21 colônias no território ocupado, segundo relatos da mídia local.


Com agências internacionais

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