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ORIENTE MÉDIO
Premiê apresenta novo gabinete e diz que principais assentamentos no território são "parte eterna" de Israel
Saída da Cisjordânia será parcial, diz Olmert
GREG MYRE
DO "NEW YORK TIMES", EM JERUSALÉM
O premiê Ehud Olmert conquistou ontem aprovação formal
a seu governo de coalizão e informou ao Parlamento que está disposto a fixar as fronteiras de Israel
durante seu mandato de quatro
anos. Ao expor as políticas do novo governo, Olmert manifestou
preocupação com o programa
nuclear do Irã , dizendo que leva a
sério as ameaças de destruir Israel
proferidas pelo presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad.
"Não devemos ignorar aquilo
que o presidente do Irã diz; ele
realmente fala sério", afirmou Olmert aos deputados israelenses.
Mas o foco do novo premiê ficou nas fronteiras que ele espera
fixar, com ou sem a participação
dos palestinos. "As fronteiras de
Israel que serão determinadas nos
próximos anos serão significativamente diferentes dos territórios
que o país tem sob controle hoje",
disse Olmert, que estabeleceu o
ano de 2010 como limite para a
definição final das fronteiras.
Olmert não especificou as fronteiras, mas disse que a barreira de
separação na Cisjordânia será a
base da divisa. A maior parte dos
colonos na Cisjordânia vive do lado israelense, em grandes blocos
de assentamentos, e o premiê afirmou que esses blocos continuarão sob controle do país.
"As conquistas do movimento
de colonos nas principais concentrações serão parte integral e eterna do Estado de Israel soberano,
junto com Jerusalém, nossa capital unificada", disse Olmert.
Mas milhares dos colonos vivem do lado oposto da barreira, e
são vistos como candidatos à retirada. "Mesmo que os olhos judaicos se encham de lágrimas e que
nossos corações se partam, devemos manter em vista o princípio
dominante", disse Olmert. "É
preciso manter uma forte e estável
maioria judaica em nosso país."
Olmert disse que ofereceria negociações aos palestinos, mas,
com a Autoridade Nacional Palestina agora sob controle do grupo
terrorista Hamas, não existe perspectiva de negociação. "Daremos
à Autoridade Nacional Palestina a
oportunidade de demonstrar que
compreende ter cometido um erro", disse Olmert. "Mas não esperaremos para sempre."
Embora os palestinos aprovem
a retirada israelense da Cisjordânia, querem todo o território como parte de seu Estado, incluindo
Jerusalém Oriental, e afirmam
que não aceitarão fronteiras ditadas por Israel. Olmert estava como premiê interino desde que
Ariel Sharon sofreu um derrame e
entrou em coma, em janeiro.
O partido centrista Kadima, de
Olmert, venceu as eleições de 28
de março, e o premiê governará à
frente de uma coalizão de quatro
partidos que detém 67 dos 120 assentos do Parlamento.
Avigdor Liberman, líder do partido Israel Nossa Casa, de direita,
causou discussão ao dizer que os
membros árabes do Parlamento
israelense que recentemente se
reuniram com o Hamas deveriam
ser executados por traição. "A Segunda Guerra acabou com os julgamentos de Nuremberg e a execução da liderança nazista", disse
Liberman. "Não só eles, mas seus
colaboradores. Espero que esse
também seja o destino dos colaboradores presentes nesta casa."
Vários deputados árabes classificaram as declarações de Liberman de "racistas".
Hamas
O governo do Hamas está conseguindo driblar o bloqueio internacional e receber financiamento
do exterior, disse ontem o representante do grupo no Líbano.
"Parte do dinheiro começou a entrar em Gaza e na Cisjordânia",
afirmou Osama Hamdan.
Um taxista palestino foi morto
ontem por soldados israelenses
perto da cidade de Nablus. Segundo uma testemunha, ele foi alvejado pelos soldados depois de estacionar e sair correndo.
Tradução de Paulo Migliacci
Com agências internacionais
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