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Diplomatas do Irã e dos EUA têm breve encontro no Egito
Reunião, de três minutos, foi acerca do Iraque; chanceler iraniano evitou Rice e criticou americanos pela ocupação
Em cúpula de dois dias visando auxílio para os iraquianos, Washington sinaliza leve mudança
de posição diplomática
DA REDAÇÃO
O encerramento da reunião
do "Iraq Compact" (acordo do
Iraque), no Egito, foi marcado
ontem por fortes críticas aos
EUA e por um encontro entre
diplomatas americanos e iranianos que não trouxe nenhum
avanço nas relações turbulentas entre os dois países. Participaram da reunião para ajuda ao
Iraque, que durou dois dias,
mais de 60 países.
Segundo o embaixador dos
EUA no Iraque, Ryan Crocker,
ele se encontrou por três minutos com um vice-chanceler iraniano, Abbas Araghchi. Crocker só disse que a curta conversa foi sobre o Iraque.
Teerã e Washington não têm
relações diplomáticas desde a
Revolução Islâmica no Irã, em
1979. Os EUA acusam o Irã de
municiar grupos insurgentes
xiitas no Iraque e insistem em
que o país suspenda seu processo de enriquecimento de urânio, que eles crêem visa a produção de armas nucleares.
"A oportunidade para eu e o
ministro das Relações Exteriores do Irã nos encontrarmos
simplesmente não apareceu",
afirmou a secretária de Estado
dos EUA, Condoleezza Rice.
Segundo diplomatas americanos, Rice pretendia conversar com Manouchehr Mottaki
num jantar anteontem, oferecido pelo chanceler egípcio, Ahmed Aboul Gheit. Mas o ministro iraniano deixou a mesa antes da chegada da secretária
americana (leia texto ao lado).
Um indicativo de que esse
breve encontro foi pouco produtivo está nas palavras de
Mottaki, na abertura da sessão
de ontem da reunião.
"Os terroristas dizem que estão combatendo as forças de
ocupação [no Iraque], enquanto as forças de ocupação justificam sua presença sob o pretexto da guerra ao terror", disse o
chanceler. "Os EUA têm de
aceitar a responsabilidade que
vem com a ocupação e não
apontar o dedo ou culpar os outros", emendou.
Infantil
O chanceler da Arábia Saudita parece ter resumido a política americana de limitar conversações diretas com alguns
países com os quais tem sérias
divergências. "Às vezes parece
que as pessoas usam conversas
diplomáticas como punição ou
recompensa", afirmou o príncipe Saud al Faisal. "Isso me parece muito infantil."
Mas um encontro entre Rice
e o chanceler da Síria, Walid al
Moallem, anteontem, deu pelo
menos uma indicação de que
essa política pode estar mudando, em virtude da necessidade
dos EUA de que os países vizinhos ao Iraque ajudem na tentativa de controlar a violência
sectária.
Washington considera a Síria
patrocinadora do terrorismo e
a acusam de abrigar insurgentes que combatem no Iraque,
além de fazer vista grossa ao
fluxo de armas em sua fronteira. Anteontem a Rice pediu
maior empenho de Damasco
no controle desse fluxo.
Com agências internacionais
e o "New York Times"
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