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Prodi quer forçar opção entre negócios e política
Milionários, como Berlusconi, teriam que deixar empresas para assumir cargo público
Ex-premiê conservador diz que projeto visa expulsá-lo da política; lei é promessa de campanha de Prodi, que usa Estados Unidos de exemplo
DA REDAÇÃO
O premiê italiano, Romano
Prodi, defendeu ontem um
projeto de lei que obrigaria os
mais ricos italianos -dentre
eles, seu principal adversário e
antecessor, Silvio Berlusconi-
a escolher entre seus negócios e
a carreira política.
Uma comissão parlamentar
aprovou uma medida na quinta-feira que pretende regulamentar conflitos de interesse.
Se aprovada, a lei forçaria pessoas com patrimônio acima de
15 milhões a se afastar da direção de suas empresas antes de
assumir um cargo público.
A mesma regra seria aplicada
a proprietários de empresas
que dependem de concessões
públicas ou da autorização de
agências estatais.
Berlusconi reagiu às declarações. "Essa é a última demonstração da vontade de Prodi de
eliminar seu mais perigoso concorrente." Ao ser confrontado
com o fato de nos EUA a lei ser
assim, ele reagiu: "Mas nós não
estamos na América, estamos
na Itália, e as coisas aqui são diferentes". O ex-premiê conservador é o homem mais rico da
Itália e detém negócios tão diversos como canais de TV, editoras e times de futebol.
Prodi disse que leis que regulam conflitos de interesse são
comuns em democracias saudáveis, como os EUA, e acrescentou que a proposta italiana
era progressista.
"É uma lei absolutamente
mais branda que as de outras
democracias. Acho que ela tem
que ir adiante", afirmou. "Você
continua rico, mas você não pode administrar diretamente
sua riqueza."
A legislação sobre conflito de
interesse, que ainda passará
por vários debates no Parlamento, foi uma das promessas
de campanha de Prodi no ano
passado. O social-democrata
venceu o conservador por uma
pequena margem de 25 mil votos, a menor na história da Itália moderna.
O diário conservador "Il
Giornale", de propriedade de
um irmão de Berlusconi, atacou
o projeto com a manchete:
"Aqui está a lei para frear Berlusconi".
O texto do jornal fala em "clima soviético no Parlamento" e
alerta que Berlusconi teria que
abandonar seu papel na empresa de comunicações Mediaset e
na companhia financeira e de
seguros Fininvest.
Prodi não sofrerá com a medida. Ele está longe de estar entre os mais ricos políticos italianos, segundo sua declaração de
renda. Sua renda em 2005 foi de
89,5 mil (R$ 245,3 mil), pouco mais do que Berlusconi ganha em um único dia.
Com agências internacionais
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