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Governistas propõem pleito direto; Gül se diz candidato
DA REDAÇÃO
Pivô da maior crise política
da Turquia nos últimos anos, o
chanceler Abdullah Gül desafiou seus opositores e declarou
ontem que manterá sua candidatura à Presidência do país.
A primeira rodada da votação
parlamentar, na semana passada, foi invalidada pela máxima
instância judicial do país com
base em um pedido da oposição
alegando falta de quórum.
A indicação de Gül pelo premiê Recep Taypp Erdogan como candidato único nas eleições indiretas provocou furor
entre os secularistas, que vêem
no político de formação islâmica uma ameaça à separação entre Estado e religião. Analistas
classificam esses temores como "exagerados" ou mesmo infundados, pois o AK, partido de
Gül e Erdogan, é moderado.
Mas a crise levou os militares, que derrubaram quatro governos no país desde 1960, a dizerem que agiriam, se preciso,
para preservar o secularismo.
A pedido de Erdogan, o AK
propôs ontem uma emenda
constitucional para tornar a
eleição presidencial direta,
com mandato de quatro anos
-hoje o mandato é de cinco.
Em entrevista ao "Financial
Times", Gül afirmou que, caso a
Carta seja mudada e as eleições
passem a ser diretas, ele será o
candidato do AK. O diário britânico analisa que, se isso ocorrer, Gül pode incentivar novos
embates com as forças políticas
secularistas e nacionalistas.
A crise também levou Erdogan a antecipar as eleições gerais no país, que agora devem
ocorrer em 22 de julho.
Com "Financial Times"
e agências internacionais
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