São Paulo, sábado, 05 de maio de 2007

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Governistas propõem pleito direto; Gül se diz candidato

DA REDAÇÃO

Pivô da maior crise política da Turquia nos últimos anos, o chanceler Abdullah Gül desafiou seus opositores e declarou ontem que manterá sua candidatura à Presidência do país.
A primeira rodada da votação parlamentar, na semana passada, foi invalidada pela máxima instância judicial do país com base em um pedido da oposição alegando falta de quórum.
A indicação de Gül pelo premiê Recep Taypp Erdogan como candidato único nas eleições indiretas provocou furor entre os secularistas, que vêem no político de formação islâmica uma ameaça à separação entre Estado e religião. Analistas classificam esses temores como "exagerados" ou mesmo infundados, pois o AK, partido de Gül e Erdogan, é moderado.
Mas a crise levou os militares, que derrubaram quatro governos no país desde 1960, a dizerem que agiriam, se preciso, para preservar o secularismo.
A pedido de Erdogan, o AK propôs ontem uma emenda constitucional para tornar a eleição presidencial direta, com mandato de quatro anos -hoje o mandato é de cinco.
Em entrevista ao "Financial Times", Gül afirmou que, caso a Carta seja mudada e as eleições passem a ser diretas, ele será o candidato do AK. O diário britânico analisa que, se isso ocorrer, Gül pode incentivar novos embates com as forças políticas secularistas e nacionalistas.
A crise também levou Erdogan a antecipar as eleições gerais no país, que agora devem ocorrer em 22 de julho.


Com "Financial Times" e agências internacionais


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