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EUA querem divisão da Bolívia, diz Chávez
Venezuelano e presidente do Equador, aliados de Evo Morales, condenam votação em Santa Cruz e vêem ingerência americana
Criado para mediar conflito, grupo formado por Brasil, Argentina e Colômbia, deve retomar conversas na Bolívia, com apoio da OEA
DA REDAÇÃO
Aliado de La Paz, o presidente venezuelano, Hugo Chávez,
voltou ontem a condenar o referendo de autonomia no departamento boliviano de Santa
Cruz e a acusar os Estados Unidos de insuflarem a oposição e
promoverem violência.
"Evo, aqui estamos contigo e
com a Bolívia [...] Os gringos
não poderão com a Bolívia",
disse Chávez, que já provocou
reação da oposição a Evo Morales ao prometer ajudar militarmente La Paz, se preciso.
"A violência é responsabilidade do império e da agressão
oligárquica de grupos que geralmente assumem nomes como "sociedade civil", mas são
fascistas que andam com paus,
pregos e pedras, atemorizando
as pessoas", disse o venezuelano em seu programa de TV.
Chávez afirmou ter informações de que Estados do oeste
venezuelano (Zulia, Táchira,
Mérida, Barinas e Apure) também pretendem lançar-se em
iniciativas separatistas em
2009, com ajuda americana.
As palavras do venezuelano
fazem coro às declarações, anteontem, do presidente do
Equador, Rafael Correa, também aliado de La Paz. "Os presidentes da região -eu falei
com vários- não vamos permitir esses tipos de atuação", disse
Correa, que vê na consulta "separatismo" de Santa Cruz, com
"influência estrangeira".
Grupo de Amigos
O Itamaraty informou estar
acompanhando a votação cruzenha, mas não houve declaração oficial, como também não
se manifestaram os governos
de Argentina e Colômbia. Os
países formam o Grupo de
Amigos criado em abril para
tentar mediar o conflito.
Morales convocou o grupo
para atrair os líderes oposicionistas à negociação, mas os líderes negaram-se a suspender
o referendo, de modo que o esforço de fazer Morales e os cruzenhos sentarem à mesa deve
ser retomado agora.
Em resolução na sexta, a
OEA (Organização dos Estados
Americanos) respaldou a ação
do grupo e defendeu a "unidade
territorial" da Bolívia.
Tanto o grupo quanto a OEA
evitaram condenar o referendo. O chanceler brasileiro, Celso Amorim, disse, no mês passado, que tanto "a visão do povo
boliviano de mudança" como
os "interesses de todas as regiões" devem ser respeitados.
Com agências internacionais
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