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Rivais se enfrentaram com paus e pedras
Manifestantes pró-Morales impediram votação em quatro cidades e em duas escolas da capital cruzenha
DO ENVIADO A SANTA CRUZ DE LA
SIERRA
Manifestantes simpáticos ao
presidente Evo Morales impediram a realização do referendo autonômico em centros
eleitorais de quatro cidades e
em duas escolas da periferia de
Santa Cruz. Os confrontos com
a polícia e com brigadas de opositores que faziam a segurança
das urnas deixaram pelo menos
35 feridos no interior e 28 na
capital do departamento, segundo o Ministério do Interior,
a maioria por pedradas.
Em três cidades do interior
-Yapacaní, San Julián e Cuatro Cañadas-, não houve votação. Em San Pedro, um centro
eleitoral foi invadido por simpatizantes de Morales, em
meio a uma batalha de paus e
pedras. Na cidade de Santa
Cruz, os maiores distúrbios foram registrados na região do
Plan 3.000, uma imensa área
pobre habitada por imigrantes
indígenas do altiplano.
Pela manhã, manifestantes
invadiram uma escola e queimaram as cédulas. Em outros
centros de votação, foram impedidos por grupos de estudantes universitários pró-autonomia. Enquanto lançavam pedras, os simpatizantes de Morales, não mais que algumas dezenas, gritavam "guerra civil".
Um idoso que morava perto
do local de um dos confrontos
foi encontrado morto, aparentemente afetado pelo gás lacrimogêneo usado pela Polícia
Nacional para dispersar os manifestantes.
"Somos a favor das autonomias, mas contra esse estatuto
autonômico escrito por estrangeiros", disse, com um pedaço
de pau na mão, o comerciante
Francisco Cruz, 45, natural de
Oruro, no altiplano. "Se tiver de
correr sangue, que corra, mas
temos de atacar os ricos, e não
ficar brigando entre os pobres."
Já no bairro Equipetrol, de
classe alta e população predominantemente branca, a votação teve alto comparecimento.
"É uma forma de conseguir
mais recursos e de resolver
problemas como o da insegurança, criando uma polícia departamental", diz a advogada
Marian Pereira, 32.
Os incidentes violentos foram interpretados de maneira
oposta pelo governo e pela oposição. A Corte Departamental
Eleitoral, controlada pela oposição regional, disse que 96%
das mesas de votação funcionaram normalmente. O ministro
de Governo, Alfredo Rada, afirmou em La Paz que os incidentes "são a culminação de uma
tramóia que o prefeito de Santa
Cruz vem promovendo. Os resultados são confrontação, violência, enfrentamento e atuação de grupos de choque".
Na empobrecida cidade de El
Alto, região metropolitana de
La Paz, manifestantes pró-Morales atacaram um canal de TV
pertencente ao governador
oposicionista, José Luis Paredes. Segundo a polícia, a porta
de entrada e janelas de vidro foram destruídos.
Também houve manifestações pró-Morales em Cochabamba, Oruro e La Paz.
(FM)
Com agências internacionais
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