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Diplomacia de Israel tenta colocar questão palestina em segundo plano
Liberman, na Europa, e Peres, nos EUA, afirmam que Irã é principal problema da região
DA REDAÇÃO
O novo governo de Israel iniciou ontem uma ofensiva diplomática na Europa e nos EUA
que antecede o encontro do
primeiro-ministro do país, Binyamin Netanyahu, com o presidente dos EUA, Barack Obama,
no próximo dia 18.
Tanto o chanceler, Avigdor
Liberman, ontem na Itália,
quanto o presidente israelense,
Shimon Peres -que hoje se encontra com Obama-, em Washington, centraram seus discursos na ameaça que o Irã representa ao mundo e em uma
solução pacífica para os conflitos no Oriente Médio.
Paralelamente, eles questionaram a centralidade ou evitaram o tema da criação de um
Estado palestino para o processo de paz na região.
O governo de direita do novo
primeiro-ministro israelense
rejeita o princípio de dois Estados como solução para o conflito histórico entre os dois povos,
ideia que é advogada pelos EUA
e por países europeus.
Ao mesmo tempo, os dois
tentaram diminuir a imagem
belicosa da atual coalizão governista israelense, afirmando
que seu governo está comprometido com a busca da paz.
No início de um giro pela Europa que incluirá ainda França,
Alemanha e República Tcheca,
o ultradireitista Liberman disse ontem em Roma que o objetivo do atual governo israelense
"não é produzir slogans ou fazer declarações pomposas, mas
chegar a resultados concretos".
A declaração foi feita após ele
ser questionado se via a possibilidade de vir a encampar a
criação de um Estado palestino
no futuro. Ele disse então que o
Irã é "fator de desestabilização
para o mundo" e o principal
problema do Oriente Médio.
Em entrevista ao "New York
Times", um integrante da diplomacia americana disse, sob
a condição de manter o anonimato, que "o presidente Obama
vê a região como um todo" e
que "tentar isolar cada problema", isolar o tema iraniano da
busca palestina por um Estado,
"não reflete a realidade".
Segundo o "New York Times", o governo americano
avalia que "será muito mais fácil construir uma coalizão para
lidar com o Irã se o processo de
paz [entre israelenses e palestinos] avançar".
Shimon Peres discursou em
Washington para uma organização de apoio a Israel, declarando, ele também, que o programa nuclear iraniano -que o
país persa afirma ter fins pacíficos- ameaça não só seu país
mas também os EUA, a Europa
e países árabes.
"O Irã financia e arma o Hizbollah e o Hamas com o objetivo de disseminar divisões entre
libaneses e palestinos, disseminar divisão e terror", ele disse.
Peres também afirmou que o
novo governo trabalha pela
paz. Embora tenha recebido
um prêmio Nobel da Paz em
1994 pela negociação que levou
à frente com os palestinos e
apesar de ser um defensor histórico da solução de dois Estados, Peres não mencionou o tema em seu discurso.
Com agências internacionais
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