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EUA prendem suspeito de ataque frustrado
Paquistanês naturalizado americano Faisal Shahzad é detido em aeroporto de Nova York dentro de avião que o levaria a Dubai
Paquistão detém 7 pessoas
que estariam ligadas a autor de atentado, que, segundo autoridades, admitiu ter sido treinado no país asiático
Mary Altaffer/Associated Press
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Painel na Times Square anuncia prisão de suspeito pelo ataque frustrado no local, um dos principais pontos turísticos de Nova York
CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK
Autoridades dos EUA detiveram e acusaram formalmente o
paquistanês naturalizado americano Faisal Shahzad pelo
atentado terrorista frustrado
na Times Square, em Nova
York, no último sábado.
Shahzad foi preso quando
tentava deixar o país, na noite
de anteontem. O avião da Emirates já taxiava na pista do aeroporto JFK quando as autoridades pediram que voltasse
"imediatamente ao portão".
O suspeito de ter deixado a
perua Nissan Pathfinder na rua
45, com uma bomba que falhou, foi indiciado por terrorismo e tentativa de usar arma de
destruição em massa, entre outras acusações.
Segundo o secretário da Justiça dos EUA, Eric Holder, o
suspeito colaborou com o FBI
durante os interrogatórios e
"forneceu informações úteis".
Holder enfatizou que a investigação ainda está em curso e
que "está claro que se tratou de
um plano terrorista para matar
americanos em um dos lugares
mais movimentados do país".
Sobre o fato de o suspeito ter
sido preso momentos antes de
voar a Dubai -de onde seguiria
para o Paquistão-, Holder disse que "nunca houve o perigo
de perdê-lo".
A secretária de Segurança
Doméstica, Janet Napolitano,
completou que as autoridades
mandariam o avião retornar
caso já tivesse decolado.
Mas o prefeito de Nova York,
Michael Bloomberg, criticou a
segurança do aeroporto, que
permitiu que o suspeito embarcasse no avião.
O seu nome havia sido incluído anteontem em lista que o
proibia de voar, e a Emirates
alertou policiais sobre o "incomum" pagamento da passagem
em dinheiro.
"Não posso imaginar como
isso aconteceu. Obviamente o
homem estava no avião e não
devia estar lá", afirmou Bloomberg, ontem.
Viagem ao Paquistão
Shahzad, que mora nos EUA
há 11 anos e se naturalizou no
ano passado, passou cinco meses em seu país de origem entre
2009 e fevereiro deste ano. Segundo as autoridades, ele admitiu ter recebido lá treinamento
para construir bombas.
O FBI afirmou ontem estar
trabalhando para descobrir todas as suas possíveis ligações
com o "extremismo radical ou
organizações terroristas", nos
EUA e no exterior.
No domingo, o braço paquistanês do Taleban reivindicara
um "ataque em Nova York",
mas autoridades americanas
haviam questionado a veracidade da afirmação.
Os agentes federais localizaram Shahzad após rastrear a
compra da Pathfinder usada no
crime. Segundo a investigação,
ele pagou US$ 1.300 -com 13
notas de US$ 100- pelo carro,
anunciado na internet e adquirido na cidade de Bridgeport,
Connecticut, onde morava.
Em sua casa, o FBI encontrou ontem uma pistola 9 mm,
munições e 15 sacos de fertilizante. Shahzad também abandonou um carro com uma arma
automática no aeroporto JFK.
A denúncia, um documento
de dez páginas, detalha os movimentos do acusado dias antes
do atentado.
O mesmo celular pré-pago
usado para comprar o carro recebeu ligações do Paquistão e
contatou uma loja na Pensilvânia que vende fogos de artifício
-usados para fabricar a bomba.
Ontem, autoridades paquistanesas detiveram e interrogaram ao menos sete pessoas por
suas supostas ligações com
Shahzad, a maior parte delas na
cidade de Karachi.
Segundo vizinhos disseram à
imprensa americana, Shahzad
é casado e tem dois filhos. Antes de se mudar para Bridgeport, no início do ano, ele morou na cidade de Shelton.
Segundo registros da corte da
cidade, Shahzad está sendo
processado, junto com sua mulher, por não ter terminado de
pagar o financiamento de US$
218 mil para comprar uma casa.
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