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"Aliado" chama Brown de pior premiê da história
DO ENVIADO A LONDRES
Seria difícil imaginar um fim
de campanha mais desastroso
para o premiê britânico, Gordon Brown. Um dos candidatos
de seu Partido Trabalhista afirmou ontem que Brown foi "o
pior primeiro-ministro que tivemos neste país".
O partido limitou-se a emitir
nota para dizer que Manish
Sood, candidato pelo distrito de
North West Norfolk, é conhecido pelos "comentários bizarros" que faz. Mas Sood continua candidato, apesar de ter
acrescentado que havia ministros trabalhistas "corruptos".
Mais: condenou o fato de
que, segundo ele, o partido tenha permitido que a imigração
crescesse demais, o que realmente soa "bizarro" para um
descendente de imigrantes.
Bizarro, mas verdadeiro: no
governo trabalhista, iniciado
em 1997 sob o comando de
Tony Blair, deu-se o maior ingresso de imigrantes de todos
os tempos. Foram 5,6 milhões
de pessoas que vieram por pelo
menos um ano.
Não é, em todo o caso, um erro, segundo os trabalhistas: os
imigrantes preenchem as necessidades de mão de obra de
baixa qualificação, para postos
que os britânicos já não querem
ocupar, e também, em muito
menor número, os da outra
ponta, o da alta qualificação em
certas áreas em que o Reino
Unido é carente.
Além disso, a maior parte dos
imigrantes vem de países ex-comunistas que aderiram à
União Europeia e, por isso, não
podem ser vetados.
Estilo
O comentário de Sood, além
de bizarro, revela o que a liderança trabalhista próxima a
Brown julga uma tremenda injustiça a avaliação que os eleitores estão fazendo do premiê e
do próprio partido.
Segundo o "Financial Times", a preocupação entre os
ativistas é a de que os trabalhistas possam estar caminhando
para uma votação baixíssima,
talvez na faixa dos 28%, como
ocorreu em 1983, no auge da
era Margaret Thatcher.
De fato, a gestão trabalhista
não pode ser julgada tão ruim a
ponto de provocar uma baixa
tão significativa e uma crítica
tão demolidora. Mas Brown paga, entre outros pecados, o fato
de ter mais substância que estilo, como comenta, também no
"Financial Times", o colunista
Philip Stephens.
"Ele [Brown] carece do charme fácil e da fluência demandada pela televisão, pela web, pelo
Twitter e pelo resto. Brown cobrou um debate em torno da
substância. É triste para ele,
mas estilo e substância são agora indivisíveis", escreveu.
(CR)
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