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Novo ministro de Brown a sair pede que premiê o siga
Movimento rebelde dentro dos trabalhistas, que
quer nova liderança, ganha força com o anúncio
DA REDAÇÃO
O ministro do Trabalho do
Reino Unido, James Purnell,
anunciou ontem à noite sua decisão de abandonar o governo e
pediu, em um comunicado, que
o primeiro-ministro Gordon
Brown renuncie.
Para Purnell, é preciso que
Brown abra mão de sua liderança no partido majoritário no
Parlamento -e portanto, também, da chefia de governo-,
"para dar aos trabalhistas alguma chance de vitória nas próximas eleições".
A decisão e o pedido dão força ao movimento de rebeldia
dentro do Partido Trabalhista.
Segundo a imprensa britânica,
cerca de cem trabalhistas já
apoiam um documento, que
ainda não se tornou público,
pedindo a saída de Brown.
Como os trabalhistas são majoritários na Câmara dos Comuns, e não são obrigados a
convocar nova eleição até 2010,
o novo líder da legenda seria o
novo premiê britânico.
O cálculo do grupo rebelde é
o de que eles teriam então tempo para construir um governo
mais popular que aumentasse
suas chances eleitorais.
Anteontem foi a ministra das
Comunicações, Hazel Blears,
quem anunciou sua saída. Antes dela, outros três ministros
já haviam divulgado pela imprensa que devem renunciar
aos seus cargos.
O Partido Trabalhista e o governo Brown foram duramente
atingidos pela exposição de
gastos fúteis e malversação de
verbas na Câmara dos Comuns.
Além disso, o Reino Unido é
um dos países mais fortemente
afetados pela crise econômica
mundial. Pesquisas indicam
ampla vitória do Partido Conservador nas próximas eleições
para o Parlamento.
A decisão de Purnell foi
anunciada depois de encerradas as votações de ontem, no
Reino Unido, para o Parlamento Europeu e para legislativos
locais, nas quais se espera um
resultado desastroso para os
trabalhistas. A avaliação entre
integrantes do partido é a de
que, se chegarem em terceiro,
atrás até mesmo dos Liberais
Democratas (tradicionalmente
a terceira força política), será
impossível conter o desmoronamento do governo Brown.
Com agências internacionais
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