São Paulo, sábado, 05 de junho de 2010

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Parlamento do Japão oficializa premiê

Naoto Kan substitui Yukio Hatoyama, que renunciou ao posto após ceder aos EUA e manter base em Okinawa

Desafio inicial de novo premiê é reverter perda de apoio ao seu partido antes de eleição para a Câmara Alta, em julho


DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Parlamento do Japão ratificou ontem como novo premiê do país o até então ministro das Finanças, Naoto Kan, que apenas horas antes fora apontado por seu PDJ (Partido Democrata do Japão) para suceder a Yukio Hatoyama.
Kan prometeu apresentar seu gabinete "até o início da próxima semana". E, na terça, deve ser empossado, se tornando o quinto premiê japonês em quatro anos -desde 2006, nenhum mandatário durou mais de um ano.
O novo premiê obteve 313 votos dos 477 possíveis. O segundo colocado, do tradicional PLD (Partido Liberal Democrata) -que governou o país por meio século, até o ano passado-, obteve 116.
Seu desafio imediato é reverter a queda do apoio ao PDJ antes da eleição que renovará metade da Câmara Alta, em julho, ameaçando a maioria alcançada na histórica vitória do pleito de 2009.
Foi a perspectiva de mau resultado do PDJ em decorrência do não cumprimento de promessas de campanha, dentre as quais a remoção de base militar dos EUA na ilha de Okinawa, que detonou a crise que levou Hatoyama a renunciar na quarta.
Embora um eventual revés eleitoral não ameace a coalizão de governo -que é aprovada pela Câmara Baixa, na qual o PDJ tem maioria-, pode travar reformas para retomar o crescimento ante uma dívida pública estratosférica e uma população declinante.
"A minha tarefa é reconstruir essa nação", disse Kan, 63. "Vamos trabalhar juntos ante essa situação política difícil e as eleições vindouras e lutaremos unidos. Nossa primeira prioridade é retomar a confiança do povo", afirmou.

BASE DE OKINAWA
Kan disse também que respeitará acordo anunciado há oito dias por Hatoyama sobre a base americana na ilha de Okinawa (sul) que precipitou sua queda cinco dias depois.
"Esse é um assunto extremamente difícil que tratarei de modo firme e paciente."
Pelo acordo, fechado nos termos que haviam sido negociados em 2006, o Japão aceita somente transferir o posto militar, que abriga 35 mil soldados americanos e enfrenta forte resistência local, a área menos povoada.
Kan defendeu ainda maior atenção à região, sobretudo à China. Os EUA o parabenizaram pela eleição e exortaram a manutenção das relações.


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