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Parlamento do Japão oficializa premiê
Naoto Kan substitui Yukio Hatoyama, que renunciou ao posto após ceder aos EUA e manter base em Okinawa
Desafio inicial de novo premiê é reverter perda de apoio ao seu partido antes de eleição para a Câmara Alta, em julho
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O Parlamento do Japão ratificou ontem como novo premiê do país o até então ministro das Finanças, Naoto Kan,
que apenas horas antes fora
apontado por seu PDJ (Partido Democrata do Japão) para
suceder a Yukio Hatoyama.
Kan prometeu apresentar
seu gabinete "até o início da
próxima semana". E, na terça, deve ser empossado, se
tornando o quinto premiê japonês em quatro anos -desde 2006, nenhum mandatário durou mais de um ano.
O novo premiê obteve 313
votos dos 477 possíveis. O segundo colocado, do tradicional PLD (Partido Liberal Democrata) -que governou o
país por meio século, até o
ano passado-, obteve 116.
Seu desafio imediato é reverter a queda do apoio ao
PDJ antes da eleição que renovará metade da Câmara
Alta, em julho, ameaçando a
maioria alcançada na histórica vitória do pleito de 2009.
Foi a perspectiva de mau
resultado do PDJ em decorrência do não cumprimento
de promessas de campanha,
dentre as quais a remoção de
base militar dos EUA na ilha
de Okinawa, que detonou a
crise que levou Hatoyama a
renunciar na quarta.
Embora um eventual revés
eleitoral não ameace a coalizão de governo -que é aprovada pela Câmara Baixa, na
qual o PDJ tem maioria-, pode travar reformas para retomar o crescimento ante uma
dívida pública estratosférica
e uma população declinante.
"A minha tarefa é reconstruir essa nação", disse Kan,
63. "Vamos trabalhar juntos
ante essa situação política difícil e as eleições vindouras e
lutaremos unidos. Nossa primeira prioridade é retomar a
confiança do povo", afirmou.
BASE DE OKINAWA
Kan disse também que respeitará acordo anunciado há
oito dias por Hatoyama sobre
a base americana na ilha de
Okinawa (sul) que precipitou
sua queda cinco dias depois.
"Esse é um assunto extremamente difícil que tratarei
de modo firme e paciente."
Pelo acordo, fechado nos
termos que haviam sido negociados em 2006, o Japão
aceita somente transferir o
posto militar, que abriga 35
mil soldados americanos e
enfrenta forte resistência local, a área menos povoada.
Kan defendeu ainda maior
atenção à região, sobretudo à
China. Os EUA o parabenizaram pela eleição e exortaram
a manutenção das relações.
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