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Rússia ameaça colocar mísseis perto da Europa
Resposta "assimétrica" seria adotada se Washington não desistisse de instalar sistema antimísseis no Leste Europeu
Declaração partiu do vice-premiê Ivanov, que quer que os EUA levem em conta sugestão de montar aparato de defesa em conjunto
DA REDAÇÃO
Declarações do primeiro-vice-premiê da Rússia, Sergei
Ivanov, acirraram ontem as
tensões entre seu país e os EUA
devidas à intenção americana
de instalar um sistema antimísseis no Leste Europeu.
Ivanov, que já foi ministro da
Defesa e é um dos cotados para
substituir Vladimir Putin na
Presidência da Rússia, declarou que, caso a proposta alternativa à instalação do sistema
apresentada por Moscou não
fosse aceita, a Rússia teria de
alocar mísseis em Kaliningrado, região que consiste num pequeno encrave russo entre a
Polônia e a Lituânia.
"Se nossa proposta não for
aceita (...) uma resposta efetiva
e assimétrica será encontrada",
ameaçou Ivanov.
A proposta a que se refere
Ivanov é a de que os EUA abandonem a idéia de instalar parte
do sistema defensivo na Polônia e na República Tcheca e o
instalem em conjunto com os
russos, em bases no Azerbaijão
ou no sul da Rússia.
Embora Washington alegue
que a intenção da criação do
aparato é se defender contra
mísseis eventualmente lançados do Irã ou da Coréia do Norte, Moscou, que na época da
URSS tinha a Polônia e a antiga
Tchecoslováquia sob sua esfera
de influência, considera os planos americanos uma ameaça à
sua soberania. Putin já havia,
aliás, ameaçado apontar mísseis contra alvos na Europa se
os EUA não desistissem da
idéia. Mais tarde, porém, ele sugeriu fazer o sistema conjunto
-sugestão essa que o presidente George W. Bush qualificou
de "inventiva", mas que, a princípio, foi recusada.
"Se nossa proposta for aceita,
então desaparecerá a necessidade de colocar (...) novas armas, incluindo mísseis, na parte européia do país, incluindo
Kaliningrado", disse Ivanov.
A declaração do primeiro-vice-premiê veio dois dias depois
de Putin voltar de uma reunião
informal com Bush, nos EUA,
afirmando crer que os dois países se entenderiam no caso.
Kaliningrado, região à qual
não se tem acesso por terra partindo-se da Rússia, é uma zona
já militarizada. No entanto, os
mísseis lá dispostos no momento são de curto alcance. A
Rússia tem condições de levar
para lá mísseis que atingiriam a
Polônia e a Alemanha.
Com agências internacionais
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