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Londres endurecerá admissão de médicos estrangeiros
Premiê britânico pede revisão do recrutamento para Sistema Nacional de Saúde, onde trabalharam 8 suspeitos de ligação com o terror
DA REDAÇÃO
O premiê britânico, Gordon
Brown, ordenou uma revisão
urgente das normas de recrutamento de profissionais médicos do exterior, depois que as
investigações sobre ações terroristas em Londres e Glasgow
levaram à detenção de oito estrangeiros que trabalharam no
Sistema Nacional de Saúde
(NHS, na sigla em inglês).
Também ontem, as autoridades do país decidiram baixar o
nível de alerta terrorista para
"severo", o segundo na escala
que indica a iminência de um
atentado. O alerta havia sido
elevado para o nível "crítico", o
mais alto, depois que um carro
em chamas invadiu um terminal de passageiros do aeroporto
de Glasgow, no sábado.
A redução do alerta indica
que foi concluída a primeira fase da investigação deflagrada
na última sexta-feira, quando a
polícia britânica desativou dois
carros-bomba em Londres. A
investigação foi ampliada no
dia seguinte, após o atentado
em Glasgow. Para a polícia, os
dois incidentes faziam parte de
um mesmo plano terrorista.
Já na manhã de hoje um investigador britânico chegou à
Austrália para interrogar um
dos oito detidos, o indiano Mohammed Haneef, 27, que foi
preso em Brisbane.
Segundo o "New York Times", a polícia britânica está
certa de ter detido os principais
responsáveis pelo complô e
agora tenta elucidar a conexão
dos investigados com o exterior. Pela lei antiterrorista em
vigor no Reino Unido, os suspeitos podem ficar detidos sem
acusação formal por até 14 dias.
Ao justificar a redução do
alerta, que significa o abrandamento das medidas de segurança em aeroportos e outros locais públicos implantadas nos
últimos dias, a ministra do Interior, Jacqui Smith, afirmou
que "não há inteligência" que
indique a iminência de um novo atentado terrorista.
Vistos mais difíceis
Enquanto a polícia tenta estabelecer o elo entre os oito detidos, todos muçulmanos que
atuaram na área de saúde, Gordon Brown busca tornar mais
rigorosa a seleção de profissionais estrangeiros para o NHS.
Atualmente, 37% dos profissionais médicos que trabalham no
Serviço Nacional de Saúde se
formaram no exterior.
Em sua primeira participação na tradicional sessão semanal de perguntas do Parlamento desde que assumiu o cargo,
na quarta-feira passada, o premiê prometeu regras mais duras para a emissão de vistos a
imigrantes qualificados, como
médicos. Também anunciou a
ampliação da lista de pessoas
sob vigilância dos serviços de
segurança sob suspeita de envolvimento com o terrorismo.
"É de vital importância que
seja enviada ao resto do mundo
a mensagem de que nós permaneceremos fortes, firmes e unidos diante do terror", disse.
Apesar de o Ministério da
Saúde afirmar que as normas
de recrutamento de estrangeiros são adequadas, o choque na
opinião pública causado pela
suspeita em torno de médicos
de países como Iraque, Jordânia e Índia levou o governo a rever seus procedimentos.
Os estrangeiros que trabalham em hospitais britânicos
passam por uma série de checagens antes de entrar no país.
Mas as autoridades do NHS
responsáveis pela seleção muitas vezes têm problemas para
obter informações sobre médicos de países instáveis. Dos 239
mil médicos trabalhando no
país hoje, calcula-se que 5.000
são de países do Oriente Médio
-mais de 1.900 do Iraque.
Com agências internacionais
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