São Paulo, domingo, 5 de julho de 1998

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Coligações podem definir votos

especial para a Folha

As especulações sobre possíveis coligações se tornaram, há muito tempo, grandes temas de campanha. A possibilidade de um partido se coligar a outro pode chegar a definir o voto dos eleitores.
Se os resultados das pesquisas se concretizarem, os social-democratas devem vencer. Nesse caso, porém, eles precisariam se coligar com outro partido para obter maioria no Parlamento e conseguir governar.
Uma possibilidade seria uma grande coligação entre CDU, CSU e SPD. Apesar de a maioria dos eleitores alemães ser favorável a essa opção, a história mostra que a única experiência da Alemanha com uma grande coligação, entre 1966 e 1969, não deu muito certo.
Naquela época, uma coligação entre CDU-CSU e SPD governava a Alemanha. Por ser uma coligação entre os maiores partidos, ela não contava com uma oposição forte no Parlamento, o que permitiu lançar medidas de segurança pouco democráticas para conter a agitação social que abalava o país.
Outra possibilidade neste ano seria uma coligação entre social-democratas e os Verdes. Juntos, eles teriam, se as eleições fossem hoje, mais cadeiras no Parlamento que a atual coligação CDU-CSU e FDP.
Mas os Verdes vêm perdendo popularidade desde que passaram a defender uma série de medidas consideradas extremadas demais pelo eleitorado alemão.
Eles decidiram, em março, introduzir no seu programa de governo a reivindicação de um aumento do preço da gasolina para daqui a cinco anos, a qual deveria passar a custar, segundo eles, US$ 3 o litro.
A idéia chocou não só os possíveis parceiros social-democratas, mas também os alemães em geral, que logo deram uma resposta ao partido. Nas últimas eleições no Estado da Saxônia-Anhalt, os Verdes não atingiram os 5% dos votos exigidos para ingressar no Parlamento. Agora, o partido voltou atrás no preço da gasolina, mas briga com o SPD sobre o que fazer com as usinas atômicas do país.
O SPD vem descartando, por enquanto, qualquer forma de apoio dos socialistas do PDS, que ainda não conquistaram a simpatia do eleitorado alemão-ocidental. (SB)



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