São Paulo, quinta-feira, 05 de agosto de 2004

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GUERRA SEM LIMITES

Governo diz que informações descobertas recentemente apontam movimentação da rede Al Qaeda

Casa Branca reage para justificar alerta contra terror

DA REDAÇÃO

A Casa Branca adotou uma posição mais agressiva para rebater as suspeitas de que a elevação do estado de alerta contra ataques terroristas tenha sido uma manobra para favorecer o presidente George W. Bush, candidato à reeleição em novembro. Vários altos funcionários do governo deram declarações à imprensa para justificar a decisão, tomada no fim de semana, de passar o nível de alerta para o segundo mais elevado.
"Há uma nova série de informações que nos chegou na sexta-feira também. Mas não posso falar mais sobre isso porque poderia comprometer algumas operações", disse o porta-voz da Casa Branca Scott McClellan.
Em sua edição de ontem, o jornal "The New York Times" traz entrevista com "altos funcionários do governo". Segundo uma dessas fontes, um dos relatórios de inteligência afirma que um atentado poderia acontecer em "agosto ou setembro".
Um importante funcionário do Departamento da Justiça, falando sobre a condição de anonimato para a agência de notícias Associated Press, afirmou que os novos dados vêm de fontes diferentes dos dois supostos terroristas capturados recentemente no Paquistão. A rede de TV CNN, citando fontes anônimas dos governos dos EUA e do Paquistão, disse haver evidências de que membros da Al Qaeda fizeram contatos com pelo menos seis pessoas nos EUA nos últimos meses.
No último domingo, o governo dos EUA aumentou o nível de alerta, mencionando o perigo de possíveis ataques contra alvos de Nova York, Nova Jersey e Washington. No dia seguinte, autoridades admitiram que parte das informações que provocaram o alarme era velha, tendo sido produzida até quatro anos atrás.
Essa revelação fez com que importantes jornais do mundo inteiro criticassem a decisão da Casa Branca de fazer o alerta. O democrata Howard Dean chegou a dizer que "cada vez que Bush tem um problema, joga sua melhor carta: o terrorismo".
O "New York Times" também abriu espaço ontem para um texto analítico em que observou que o presidente Bush não seria "nem humano nem o sagaz político que é" se não procurasse reforçar no eleitorado a sua capacidade de lidar com o terrorismo. "O que essas últimas 48 horas mostraram é que um presidente que concorre à reeleição tem o poder de ditar a agenda de uma campanha, e todos os esforços de [John] Kerry podem ser esmagados por uma entrevista coletiva em Washington", disse ao jornal Scott Reed, diretor da campanha de Bob Dole -candidato derrotado pelo presidente Bill Clinton em 1996.


Com agências internacionais


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