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GUERRA SEM LIMITES
Governo diz que informações descobertas recentemente apontam movimentação da rede Al Qaeda
Casa Branca reage para justificar alerta contra terror
DA REDAÇÃO
A Casa Branca adotou uma posição mais agressiva para rebater
as suspeitas de que a elevação do
estado de alerta contra ataques
terroristas tenha sido uma manobra para favorecer o presidente
George W. Bush, candidato à reeleição em novembro. Vários altos
funcionários do governo deram
declarações à imprensa para justificar a decisão, tomada no fim de
semana, de passar o nível de alerta
para o segundo mais elevado.
"Há uma nova série de informações que nos chegou na sexta-feira também. Mas não posso falar
mais sobre isso porque poderia
comprometer algumas operações", disse o porta-voz da Casa
Branca Scott McClellan.
Em sua edição de ontem, o jornal "The New York Times" traz
entrevista com "altos funcionários do governo". Segundo uma
dessas fontes, um dos relatórios
de inteligência afirma que um
atentado poderia acontecer em
"agosto ou setembro".
Um importante funcionário do
Departamento da Justiça, falando
sobre a condição de anonimato
para a agência de notícias Associated Press, afirmou que os novos dados vêm de fontes diferentes dos dois supostos terroristas
capturados recentemente no Paquistão. A rede de TV CNN, citando fontes anônimas dos governos
dos EUA e do Paquistão, disse haver evidências de que membros
da Al Qaeda fizeram contatos
com pelo menos seis pessoas nos
EUA nos últimos meses.
No último domingo, o governo
dos EUA aumentou o nível de
alerta, mencionando o perigo de
possíveis ataques contra alvos de
Nova York, Nova Jersey e Washington. No dia seguinte, autoridades admitiram que parte das
informações que provocaram o
alarme era velha, tendo sido produzida até quatro anos atrás.
Essa revelação fez com que importantes jornais do mundo inteiro criticassem a decisão da Casa
Branca de fazer o alerta. O democrata Howard Dean chegou a dizer que "cada vez que Bush tem
um problema, joga sua melhor
carta: o terrorismo".
O "New York Times" também
abriu espaço ontem para um texto analítico em que observou que
o presidente Bush não seria "nem
humano nem o sagaz político que
é" se não procurasse reforçar no
eleitorado a sua capacidade de lidar com o terrorismo. "O que essas últimas 48 horas mostraram é
que um presidente que concorre à
reeleição tem o poder de ditar a
agenda de uma campanha, e todos os esforços de [John] Kerry
podem ser esmagados por uma
entrevista coletiva em Washington", disse ao jornal Scott Reed,
diretor da campanha de Bob Dole
-candidato derrotado pelo presidente Bill Clinton em 1996.
Com agências internacionais
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