São Paulo, terça-feira, 05 de agosto de 2008

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Irã ameaça fechar canal crucial para petróleo

Ofensiva verbal coincide com fim de novo prazo para suspender programa nuclear

Teerã atrasa resposta oficial à proposta de potências nucleares mais a Alemanha; diálogo ontem com Javier Solana foi inconclusivo


DA REDAÇÃO

O comandante da Guarda Revolucionária do Irã afirmou que poderia fechar "facilmente" e "por tempo indeterminado" o estreito de Hormuz, crucial para o transporte de petróleo, com um novo míssil mar-mar de 300 quilômetros de alcance testado ontem.
A declaração do general Mohammad Ali Jafari, que reforça ameaças anteriores, não detalhou sob quais circunstâncias o fechamento de Hormuz aconteceria. Pelo estreito, que liga o golfo Pérsico ao golfo de Omã, passam 40% das exportações mundiais de petróleo.
A ameaça coincide com a expectativa da resposta iraniana à última proposta feito pelo Grupo dos Seis -as cinco potências do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha- para que Teerã suspenda o seu programa de enriquecimento de urânio em troca do fim das sanções comerciais ao país.
Ontem, o representante do Irã na AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), Saeed Jalili, e o responsável pela diplomacia da União Européia, Javier Solana, conversaram por telefone, num diálogo considerado inconclusivo.
Teerã deve dar uma resposta por escrito hoje, detalhando sua contraproposta e pedindo a continuidade das negociações. Ontem, os EUA, que têm mantido sobre a mesa a ameaça de atacar instalações nucleares iranianas, voltaram a defender novas sanções, caso Teerã recuse a oferta.
O endurecimento divide o Grupo dos Seis. Desde 2006, o Conselho de Segurança da ONU já adotou três rodadas de sanções ao Irã. Rússia e China, que têm poder de veto no CS, se opõem a novas restrições.
O Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) permite que o Irã enriqueça urânio, mas Teerã é acusada pelo Ocidente de ter um programa secreto para produzir a bomba atômica.
No sábado, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou que o país não abriria mão de seus direitos nucleares, mas manteve em uma posição dúbia sobre um possível acordo: "Participaremos de qualquer negociação e diálogo sobre questões que consolidem nossos direitos nucleares".


Com agências internacionais


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