DA REDAÇÃO

Israel escoltou ontem até a Cisjordânia 88 palestinos ligados ao Fatah, do presidente Mahmoud Abbas. Cerca de 180 pessoas buscaram abrigo no Estado judeu após a ofensiva do Hamas -facção rival ao Fatah que controla a faixa de Gaza há 14 meses- contra o clã Hilles, associado a Abbas e suspeito do atentado que matou uma criança e cinco milicianos do grupo islâmico em 25 de julho.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina tinha negado, no domingo, abrigo aos aliados, argumentando que o Fatah precisa manter presença em Gaza. As devoluções forçadas ao território, porém, foram vetadas por Israel após a prisão de muitos dos que retornaram.
O episódio é um constrangimento político para Abbas, interlocutor regional dos EUA e da Europa. A falta de apoio aos aliados e a cooperação de Israel com o Fatah municiam os adversários do presidente, já enfraquecido por não ter conseguido concessões significativas de Israel nas negociações de paz.
Israel mantém sitiada a faixa de Gaza, onde é acusado por violações humanitárias. Relatório divulgado ontem pela ONG israelense Médicos pelos Direitos Humanos afirma que o serviço secreto do país está coagindo doentes graves de Gaza a espionarem suas comunidades em troca de permissão para buscar tratamento médico fora do território.