São Paulo, quinta-feira, 05 de agosto de 2010

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Irã deixa "adúltera" mais perto da morte por apedrejamento

Organização que lidera campanha para soltar iraniana diz que juiz rejeita recurso pela reabertura do processo

Presa em 2006, mulher é símbolo de campanha mundial contra prática, abandonada na maioria dos países muçulmanos


GABRIELA MANZINI
DE SÃO PAULO

Pivô de campanha internacional contra o Irã, Sakineh Ashtiani, condenada a morrer apedrejada pelo "crime" de adultério, perdeu outra batalha ante a Justiça do país ontem, segundo o Comitê Internacional contra Apedrejamento (Icas, em inglês).
Em nota, a organização informou que, numa audiência realizada ontem, a Corte Suprema de Teerã rejeitou a reabertura do processo e deu andamento ao pedido do procurador da cidade de Tabriz (onde Sakineh e a família viviam) para que a mulher seja executada.
Conforme a organização, a Suprema Corte do país decidirá na semana que vem se confirma ou suspende a execução. Para a ativista iraniana Mina Ahadi, chefe da Icas que vive em exílio na Alemanha, a notícia é "um claro sinal" de que a Justiça iraniana serve de "ferramenta política de opressão do regime".
Não está confirmado se as comunicações mencionam a forma de execução.

ADVOGADO
Sob forte pressão das autoridades iranianas, o advogado de Sakineh, Mohammad Mostafaei, fugiu do país no dia 28. Por terra, ele foi ilegalmente à vizinha Turquia, onde foi detido.
Dias antes da fuga, Mostafaei teve a mulher e o cunhado presos. Ele mesmo foi interrogado. Liberado, falou em seu blog do medo de ser preso e, ao ser reconvocado, desapareceu. Ontem, do presídio em que está, em Istambul, o advogado entrou com um pedido de asilo perante a ONU e o governo turco. Seus defensores esperam que, asilado, ele possa ir à Europa.
Em Brasília, a Câmara dos Deputados aprovou ontem uma moção pedindo ao Irã que liberte Sakineh.

Colaborou a Sucursal de Brasília



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