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Irã deixa "adúltera" mais perto da morte por apedrejamento
Organização que lidera campanha para soltar iraniana diz que juiz rejeita recurso pela reabertura do processo
Presa em 2006, mulher é símbolo de campanha mundial contra prática, abandonada na maioria dos países muçulmanos
GABRIELA MANZINI
DE SÃO PAULO
Pivô de campanha internacional contra o Irã, Sakineh Ashtiani, condenada a
morrer apedrejada pelo "crime" de adultério, perdeu outra batalha ante a Justiça do
país ontem, segundo o Comitê Internacional contra Apedrejamento (Icas, em inglês).
Em nota, a organização informou que, numa audiência
realizada ontem, a Corte Suprema de Teerã rejeitou a
reabertura do processo e deu
andamento ao pedido do
procurador da cidade de Tabriz (onde Sakineh e a família viviam) para que a mulher
seja executada.
Conforme a organização, a
Suprema Corte do país decidirá na semana que vem se
confirma ou suspende a execução. Para a ativista iraniana Mina Ahadi, chefe da Icas
que vive em exílio na Alemanha, a notícia é "um claro sinal" de que a Justiça iraniana
serve de "ferramenta política
de opressão do regime".
Não está confirmado se as
comunicações mencionam a
forma de execução.
ADVOGADO
Sob forte pressão das autoridades iranianas, o advogado de Sakineh, Mohammad
Mostafaei, fugiu do país no
dia 28. Por terra, ele foi ilegalmente à vizinha Turquia, onde foi detido.
Dias antes da fuga, Mostafaei teve a mulher e o cunhado presos. Ele mesmo foi interrogado. Liberado, falou
em seu blog do medo de ser
preso e, ao ser reconvocado,
desapareceu. Ontem, do presídio em que está, em Istambul, o advogado entrou com
um pedido de asilo perante a
ONU e o governo turco. Seus
defensores esperam que, asilado, ele possa ir à Europa.
Em Brasília, a Câmara dos
Deputados aprovou ontem
uma moção pedindo ao Irã
que liberte Sakineh.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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