São Paulo, quinta-feira, 05 de setembro de 2002

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"O mundo civilizado precisa unir suas forças"

A seguir, a íntegra da carta do presidente dos EUA, George W. Bush, entregue aos líderes do Congresso.
"Os Estados Unidos e o mundo civilizado enfrentam uma decisão crítica nos próximos meses. A decisão é sobre como desarmar um regime fora-da-lei que continua a possuir e desenvolver armas de destruição em massa, apesar das promessas que fez ao longo da última década e apesar da condenação do mundo. Desde 11 de setembro, fomos lembrados, tragicamente, de que somos vulneráveis a pessoas malignas. E essa vulnerabilidade aumenta de maneira dramática quando pessoas malignas têm acesso a armas de destruição em massa.
Sei que os parlamentares concordam que o regime de Saddam Hussein ainda é uma ameaça à paz, assim como era quando vocês aprovaram o Ato de Libertação do Iraque, de 1998. Sei, também, que membros da ONU estão revoltados com o fato de que esse regime continua a manifestar seu desprezo pelo mundo, desafiando pelo menos 16 resoluções do Conselho de Segurança da ONU adotadas entre 1990 e 1999 que exigem que o Iraque desative e entregue suas armas de destruição em massa, que pare de ameaçar seus vizinhos e pare de oprimir a população iraquiana. Os Estados Unidos pretendem liderar (um movimento) para assegurar que o regime de Saddam Hussein não possa ameaçar ninguém no mundo com as armas mais devastadoras do mundo.
Estou em fase de decidir de que maneira proceder. Essa é uma decisão importante, que precisa ser tomada com o máximo de reflexão e cuidado. Assim, saúdo e incentivo a discussão e o debate do assunto. O Congresso fará audiências sobre o Iraque neste mês, e eu pedi aos integrantes de minha administração que participem plenamente dessas audiências.
Não fazer nada diante de uma grave ameaça ao mundo não é uma opção. Num momento apropriado e após realizar consultas com as lideranças, vou pedir o apoio do Congresso para uma ação americana no sentido de fazer o que for preciso para enfrentar a ameaça representada pelo regime de Saddam Hussein. O Congresso poderá desempenhar papel importante na criação de um consenso nacional em torno da ação.
É preciso que a comunidade internacional também se envolva. Pedi ao primeiro-ministro Blair que venha aos EUA nesta semana para discutirmos o Iraque. Também vou procurar o apoio dos presidentes Chirac, da França, Putin, da Rússia, e Jiang, da China, além de outros líderes mundiais. Terei todas essas conversas antes da reunião da Assembléia Geral da ONU que terá lugar na próxima semana em Nova York. Nessa reunião, falarei sobre o desafio que o regime iraquiano atual representa para a ONU e toda a comunidade internacional. Minha administração permanece comprometida com a política de mudança de regime descrita no Ato de Libertação do Iraque. O mundo precisa discutir como a população iraquiana pode ser liberta do jugo sob a qual o regime a mantém e como ela pode conseguir um futuro melhor para seus filhos.
Não devemos permitir que um regime fora-da-lei que incita e utiliza o terror em seu próprio país e fora dele ameace o mundo, desenvolvendo as armas máximas do terror. Os próximos meses serão importantes, e o mundo civilizado precisa unir suas forças para fazer frente à ameaça representada pelo regime do Iraque.
Sinceramente,
George W. Bush."


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