São Paulo, quarta-feira, 05 de outubro de 2005

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TRAGÉDIA NOS EUA

Previram-se 10 mil mortos após furacão

Encerradas as buscas, vítimas do Katrina totalizam 1.209 pessoas

DA REDAÇÃO

Encerrou-se a busca por vítimas fatais do furacão Katrina, que atingiu os EUA no final de agosto. Até ontem, 1.209 mortos foram contados, 964 deles em Nova Orleans, no Estado da Louisiana. Eventuais descobertas podem aumentar a contagem, mas o Departamento de Saúde e Hospitais da Louisiana encerrou na segunda-feira o trabalho de busca em locais atingidos pelas águas.
Os números da Louisiana, 972 mortos, são bem menores que os 10 mil mortos que o próprio prefeito de Nova Orleans, Ray Nagin, havia previsto para a catástrofe nos dias em que a cidade ainda estava alagada e caótica.
Nagin anunciou ontem que vai demitir 3.000 funcionários de Nova Orleans, cortando 40% da folha de pagamento. O prefeito disse que não conseguiria equilibrar as contas da reconstrução da cidade com esses custos. "Quem me dera ter os recursos para manter esse pessoal", lamentou.
A cidade ainda está em condições precárias. Segundo a empresa responsável pela energia elétrica, 36% do fornecimento de Nova Orleans foi regularizado. Algumas escolas particulares voltaram a funcionar, mas as escolas públicas da cidade ainda estão fechadas. A previsão é que todas as escolas tenham retomado as aulas em novembro.
O ex-presidente dos EUA Bill Clinton reuniu-se ontem com vítimas das tempestades. Ele visita as áreas afetadas pelo Katrina como representante da Fundação Bush-Clinton Katrina, que arrecadou US$ 100 milhões em campanha liderada por Clinton e pelo ex-presidente George Bush.
"O que estamos tentando é criar um sistema que ajude a resolver a curto prazo problemas que o governo não quer ou não pode financiar", disse Clinton.

Fraudes com doações
Na Califórnia, nove pessoas foram indiciadas por participação num esquema que teria desviado US$ 25 mil de doações da Cruz Vermelha que seriam destinadas a ajudar as vítimas do Katrina.
As nove pessoas são da cidade de Bakersfield. Quatro trabalhavam num "call center" da cidade destinado a receber doações.
Esse não é o único tipo de abuso que o país enfrenta em tempos de furacões. A Fema (agência federal dos EUA para emergências) quer que 7.600 moradores da Flórida devolvam doações recebidas em 2004 como ajuda pela passagem de quatro furacões no Estado. A soma chega a US$ 30,3 milhões.
Muitos dos beneficiados pelas doações usaram seus seguros para cobrir as despesas causadas pelos furacões. Segundo o porta-voz Jim Homstad, pela lei dos EUA, as doações da Fema não podem complementar seguros.
A Fema, criticada por supostamente dar milhões a pessoas que fizeram pedidos fraudulentos, já conseguiu recuperar mais de US$ 5 milhões das doações.


Com agências internacionais

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