São Paulo, sexta-feira, 05 de outubro de 2007

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Equador amplia taxação sobre petroleiras

Decreto amplia de 50% para 99% a cota do Estado no faturamento obtido por empresas acima do previsto em contrato

Presidente Correa diz que mudança é "justa"; medida, que também afeta negócios da Petrobras, surpreende companhias estrangeiras

DA REDAÇÃO

O presidente do Equador, Rafael Correa, assinou ontem um decreto que amplia de 50% para 99% a participação do Estado no faturamento obtido por empresas estrangeiras de petróleo acima do estabelecido nos contratos.
A mudança causou surpresa entre as companhias. Até então, o faturamento excedente -o montante que ultrapassava o previsto em contrato-, era dividido igualmente entre governo e empresas, de acordo com lei aprovada no ano passado, ainda antes de Correa assumir. A primeira mudança já havia causado apreensão entre os investidores do setor.
A mudança afeta os negócios da Petrobras no Equador, onde a empresa explora um bloco, o 18, onde produz mais de 32 mil barris diários de combustível. Até o fechamento desta edição, a empresa não havia comentado a decisão.
"Não podemos dizer nada, a não ser que estamos surpresos", disse ontem Ricardo Nicolas, porta-voz da argentina Companhia Geral de Combustíveis, que atua no Equador. O mesmo disse o porta-voz da Repsol no país. Segundo Fernando Santos, ex-ministro da Energia, a reforma significa que as "companhias vão ter de operar com prejuízos e elas não aceitarão isso".
"O "Governo da Revolução Cidadã" considera que é insuficiente que o Estado equatoriano receba 50% dos lucros excedentes, como acontecia", afirmou Correa ontem, durante a apresentação do decreto. Segundo ele, a medida é "justa".
De acordo com Correa, no dia 15, o ministro das Minas e Energia, Galo Chiriboga, vai se reunir com representantes das empresas petroleiras estrangeiras para estabelecer uma nova política para o setor "que começa ratificando que o petróleo é de todos os equatorianos".
Correa anunciou a reforma no momento em que o governo anunciou que pretende negociar também os contratos com empresas estrangeiras para ficar com ao menos 50% dos lucros totais obtidos. Segundo técnicos do governo citados pela France Presse, hoje o Estado fica com o equivalente a 20%.
Além da brasileira Petrobras, aceitaram participar da renegociação até agora, segundo o governo equatoriano, empresas da Espanha e da China.
O chanceler brasileiro, Celso Amorim, se reuniu ontem com Correa, em Quito. Hoje Amorim segue no Equador e vai se reunir com a chanceler equatoriana, María Fernanda Espinosa, e com empresários brasileiros no país.


Com agências internacionais

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