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IRAQUE OCUPADO
Principal aliado da coalizão anglo-americana decide reduzir pessoal diante de onda de violência no Iraque
EUA sofrem mais ataques; Espanha tira civis
DA REDAÇÃO
O governo da Espanha, principal aliado de Washington e Londres na Guerra do Iraque, anunciou ontem que retiraria do país parte de seu corpo diplomático e
os civis espanhóis que trabalham
para a Autoridade Provisória da
Coalizão (APC), diante da onda
de violência que atinge a ocupação. Em Bagdá, morteiros atingiram a sede da APC, enquanto outros ataques resultaram na morte
de mais dois soldados.
A decisão espanhola foi anunciada pelo premiê José María Aznar. "Não é uma retirada. É uma
convocação para consultas e debates", disse ele à imprensa após
se reunir com o chanceler (premiê) alemão, Gerhard Schröder.
Além da representação diplomática e de funcionários da APC,
a Espanha mantém no Iraque cerca de 1.300 soldados, a maioria na
região centro-sul. O país também
doou US$ 300 milhões para a reconstrução iraquiana.
Segundo o primeiro-secretário
da Embaixada da Espanha em
Bagdá, Pablo Ruperez, os funcionários da representação foram levados para a Jordânia. "A embaixada não foi fechada e não será, é
apenas uma redução da equipe
administrativa e dos auxiliares."
Cidadãos espanhóis no Iraque
afirmam que a segurança na embaixada está aquém da observada
nas demais representações européias. Em outubro, um sargento
que trabalhava para a inteligência
espanhola foi morto a tiros em
frente à sua casa, em Bagdá.
Um porta-voz da Chancelaria
espanhola, no entanto, afirmou
que a decisão não se basearia em
questões de segurança e que os
funcionários deslocados poderiam voltar posteriormente.
Os ataques da resistência têm
visado não apenas soldados da
coalizão anglo-americana, mas
também organismos internacionais, como a ONU e a Cruz Vermelha, embaixadas -já foram alvejadas a da Jordânia e a da Turquia- e iraquianos que colaboram com as forças de ocupação,
sobretudo policiais.
Baixas e explosões
Um especialista em contraterrorismo que discursou ontem no
Parlamento britânico afirmou
que os ataques da resistência iraquiana devem continuar a se intensificar nos próximos meses.
"Parece haver um comando
mais centralizado e um controle
da insurgência", disse Jonathan
Stevenson, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos.
Durante a noite, três explosões
foram ouvidas em Bagdá perto da
sede da administração americana.
Segundo a APC, dois morteiros
atingiram o complexo. Em Washington, o Pentágono anunciou
que houve quatro feridos "da coalizão" no ataque, sem especificar
se eram americanos.
Na véspera, uma base militar
dos EUA fora atingida por um
morteiro, e explosões semelhantes foram ouvidas na área.
Ainda na capital, um soldado
americano morreu e dois foram
feridos quando o veículo em que
estavam passou sobre uma mina
em uma estrada. Com a baixa,
chegam a 138 os soldados dos
EUA mortos em ataques no pós-guerra -o número voltou a ser
revisado pelo Comando Central
Americano, que anunciou que o
ataque a um helicóptero seu no
domingo deixou 15 mortos, e não
16 como dissera anteriormente.
O Reino Unido também anunciou a morte de um fuzileiro naval
em um ataque, mas não informou
onde o incidente ocorreu. A baixa
é a 12ª sofrida pelos britânicos em
ações hostis no pós-guerra.
Em Mossul (norte), cinco granadas-foguetes atingiram um hotel usado como alojamento pelas
forças americanas, sem deixar feridos, e outra alvejou uma delegacia. Na mesma cidade, o juiz Ismail Youssef foi assassinado
-outro magistrado fora morto
na véspera em Najaf (sul).
O presidente dos EUA, George
W. Bush, voltou a afirmar, durante um discurso na Califórnia, que
os EUA encontrarão Saddam
Hussein, desaparecido desde
abril. O comando americano
acredita que o fato do ex-ditador
iraquiano não ter sido capturado
incentive a resistência.
Em Washington, o Congresso
deu a aprovação final a um pacote
de US$ 87 bilhões para as operações no Iraque e no Afeganistão.
Resta a sanção de Bush.
Com agências internacionais
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