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Chicago ainda confia no filho Obama
Cidade onde presidente fez carreira política releva a derrota e tem esperança de que ele recupere popularidade
Estado elege senador e maioria dos deputados republicanos, mas dá vitória a governador do Partido Democrata
Yuri Gripas/Efe
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Obama, após encontro com membros de seu governo em que discutiu resultados da eleição para Congresso e governadores
CRISTINA FIBE
ENVIADA ESPECIAL A CHICAGO
O massacre de republicanos sobre democratas nas
eleições para a Câmara dos
Representantes (deputados)
e 37 governos, na terça, refletiu a perda de apoio ao presidente dos EUA, Barack Obama, por todo o país.
Em Chicago, porém, a
maior parte dos moradores
com quem a Folha conversou ontem ainda tem esperança de que Obama, que fez
carreira política na cidade,
recupere a popularidade e
seja reeleito em 2012.
"Estamos decepcionados,
de certa maneira, mas não a
ponto de achar boa uma vitória republicana como essa",
diz Michelle Hollidai, 37, que
trabalha com arrecadação
para ONGs.
Ela, que é negra, afirma
que a cidade é muito dividida
racialmente e que os negros
querem que os democratas fiquem no poder para "implementar políticas favoráveis,
que lhes deem oportunidades". "Os republicanos não
farão isso".
Chicago é obamista, mas o
Estado a que pertence, Illinois, é dividido.
Elegeu para a antiga vaga
do presidente no Senado o
republicano Mark Kirk, e deu
ao partido oposicionista 11
das 19 vagas na Câmara.
Em compensação, o democrata Pat Quinn foi reeleito
para o governo.
Para o chef de cozinha Victor Thornton, 45, o pior resultado dessas eleições é que
"Obama não conseguirá fazer nada pelos próximos dois
anos", porque a oposição tratará de barrar seus projetos.
Thornton, também negro e
eleitor de Obama, diz não estar decepcionado com ele,
mas "eles [outros moradores
de Chicago], sim".
"Eles querem tudo agora,
buscam gratificação imediata, acham que Obama ficou
para trás. Mas ele precisa de
quatro anos para cumprir
suas promessas, talvez oito",
afirma Thornton, antes de
acrescentar que acredita na
reeleição do democrata.
FÉ
Chloe Kokkalas, 31, psicoterapeuta descendente de
gregos, acha "muito triste" o
que aconteceu nas eleições
da última terça-feira.
Ela concorda que os apoiadores de Obama estavam ansiosos demais e acreditam
que a mudança não veio de
forma rápida suficiente.
"Eles deveriam ter mais fé.
Eu ainda tenho fé na reeleição dele".
Kokkalas, que é branca,
diz que a derrota democrata
não é culpa dele. "Obama está fazendo um bom trabalho,
mas as dificuldades são inevitáveis, ele enfrenta problemas extraordinários".
Apesar de reconhecerem a
existência do desapontamento dos eleitores, nenhum
morador entrevistado pela
Folha, ontem, se disse decepcionado. Contra Obama,
apenas um eleitor que não o
apoiou em 2008.
O consultor de computação Bob Wisniowicz, 59, afirma que "algumas pessoas
mais à esquerda estão desapontadas, principalmente
porque ele não fez uma campanha com a agenda progressista que provou ter no
governo. As pessoas estão
empolgadas para que os republicanos tomem conta da
Câmara", afirma.
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