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São Paulo, sexta-feira, 05 de dezembro de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Powell exorta aliança militar a ampliar seu papel na reconstrução

Depois da ONU, EUA recorrem à Otan

DA REDAÇÃO

Pela primeira vez desde a invasão do Iraque, em março, o secretário de Estado americano, Colin Powell, exortou a Otan a assumir um papel maior na manutenção da paz no país. O pedido foi feito ontem, durante uma convenção de dois dias da aliança militar ocidental em Bruxelas.
"Exortamos a aliança a estudar uma maneira de fazer mais para apoiar a paz e a estabilidade no Iraque, as quais todos os líderes concordam ser crucial para todos nós", declarou Powell.
"Não apresentamos uma solicitação específica. Eu só queria que meus colegas soubessem que há meios de a Otan fazer mais no Iraque", disse. Segundo o secretário, nenhum de seus colegas na Otan se opôs ao pedido.
O chanceler polonês, Wlodzimierz Cimoszewicz, disse que "ainda é muito cedo" para debater a questão. "Mas devemos ter em mente que a maior parte dos membros da Otan está presente no Iraque e que seria sensato a aliança se comprometer mais."
A Otan hoje fornece apoio técnico e logístico a uma divisão multinacional que atua na região centro-sul do Iraque e é comandada pela Polônia. Na visão de Powell, a aliança poderia assumir -e encorpar- essa força multinacional. Dos 26 membros e futuros membros da Otan, 18 já enviaram soldados ao país.
Os EUA, que já perderam quase 200 soldados em ataques durante o pós-guerra e lidam com os altos custos da reconstrução, vinham buscando maior apoio militar de outros países.
Sem sucesso, passaram a exortar a ONU -cujo papel se resumia ao apoio humanitário- a assumir mais funções na reconstrução. Mas o organismo internacional, após sofrer dois atentados com saldo de 24 mortos em Bagdá, decidiu retirar seus funcionários estrangeiros do país. Agora, os apelos chegaram à Otan.
Diplomatas citados pela agência de notícias Reuters afirmaram que, até então, Washington vinha mantendo a cautela em relação ao envolvimento da Otan a fim de evitar atritos como os que surgiram com a França e a Alemanha antes da aprovação de uma resolução da ONU sobre o Iraque.
Ainda segundo os diplomatas, a Paris e Berlim só aceitariam o envolvimento direto da Otan no Iraque se a aliança tivesse autonomia em relação à coalizão liderada pelos EUA.
Entre os países que se manifestaram a favor da expansão ontem, estão a Dinamarca, a Espanha, a Itália e a Letônia -que entra para a aliança no próximo ano.


Com agências internacionais

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