|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GUERRA SEM LIMITES
Secretário da Defesa dos EUA busca incentivar desarmamento das milícias que minam governo central
Rumsfeld encontra chefes de guerra afegãos
DA REDAÇÃO
O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld,
esteve ontem no Afeganistão para
encontros com dois chefes de
guerra e também com o presidente Hamid Karzai.
Rumsfeld decidiu ver os líderes
rivais Abdul Rashid Dostum e Atta Mohammed em Mazar-e-Sharif como forma de incentivar o desarmamento das milícias controladas pelos chefes de guerra afegãos. Em outubro, choques entre
as forças lideradas pelo uzbeque
Dostum e as do tadjique Mohammed causaram a morte de dezenas de civis. Desde agosto, mais
de 400 pessoas morreram em
conflitos por todo o pais.
O governo do presidente Hamid Karzai exerce pouco controle
fora da capital afegã, Cabul. Os
chefes de guerra ocupam cargos
no governo e formalmente dizem
aceitar o governo central, mas, na
prática, fazem o que querem.
Em entrevista, Rumsfeld disse
ter contado a Dostum e Mohammed que o desarmamento "é um
passo importante" para o Afeganistão. Apesar do incentivo americano, os dois líderes não têm tido muita pressa em se desarmar
-até agora, Dostum entregou
apenas três tanques. O governo
afegão espera desarmar cerca de
100 mil membros de milícias.
Duas horas após o encontro,
um foguete explodiu em um terreno a 300 metros da embaixada
dos Estados Unidos. Ninguém se
feriu na explosão.
Mais tarde, em Cabul, Rumsfeld
se encontrou com o presidente
Karzai, que reafirmou o compromisso sem retorno do país com a
democracia: "O Taleban [regime
extremista islâmico deposto em
2001] não vai interromper esse
processo". Nos últimos meses, rebeldes do Taleban têm aumentado os ataques no sul e no leste.
Em Bruxelas, o secretário de Estado, Colin Powell, defendeu um
maior papel para aliança militar
no Afeganistão: "Devemos considerar a possibilidade de a Otan assumir as operações militares no
Afeganistão no futuro".
Ao menos um afegão que trabalhava para a ONU morreu e 11 ficaram feridos quando um comboio foi alvo de uma emboscada,
possivelmente do Taleban, na região de Chakaw (oeste).
Em Buffalo (Nova York), a Justiça dos EUA condenou Yasein
Taher, 25, a oito anos de prisão
por colaboração com o terrorismo. Taher é um dos seis americanos-iemenitas que foram para o
Afeganistão fazer treinamento
com a Al Qaeda, no início de 2001.
Com agências internacionais
Texto Anterior: História: Documento liga EUA à repressão militar na Argentina Próximo Texto: Iraque ocupado: Depois da ONU, EUA recorrem à Otan Índice
|