São Paulo, sábado, 05 de dezembro de 2009

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Otan promete 7.000 soldados à guerra afegã

DA REDAÇÃO

A Otan (aliança militar ocidental) prometeu ontem enviar mais 7.000 soldados ao Afeganistão, em apoio à nova estratégia do presidente dos EUA, Barack Obama, que no dia 1º decidiu mandar mais 30 mil combatentes americanos para enfrentar a crescente insurgência do Taleban no país.
Com os novos reforços, o total de forças estrangeiras na Guerra do Afeganistão deve chegar perto de 140 mil. Mas esse número, por enquanto, só existe no papel: as listas compiladas ontem por fontes diplomáticas da Otan só mostravam 5.500 novos soldados -a origem dos demais 1.500 ainda não está definida-, que serão cedidos por 25 países, membros ou não da aliança. Os principais "cedentes" são Reino Unido, com 1.200 soldados, e Itália, com 1.140.
Além disso, o total anunciado ontem inclui tropas já atuantes no Afeganistão e que tinham cronograma de saída definido, mas que, dentro da nova estratégia, continuarão no país. E, em contrapartida, o contingente deve perder 4.900 soldados holandeses e canadenses atualmente em combate, que se preparam para abandonar o Afeganistão em 2010 e 2011.
Na quarta-feira, o analista Eliot Cohen escreveu no "Wall Street Journal" que só "truques de contabilidade" farão com que se alcance o número de tropas desejado pelo comandante das forças de EUA e Otan no Afeganistão, Stanley McChrystal, que pedira 40 mil soldados extras para o conflito.
O secretário-geral da Otan, Anders Rasmussen, disse que nos próximos meses mais nações devem contribuir com tropas. Alemanha e França -os países europeus que têm, respectivamente, o segundo e o terceiro maior contingente militar no Afeganistão- deixaram a decisão sobre o eventual envio de mais tropas para janeiro, durante conferência da ONU.
A chanceler americana, Hillary Clinton, que participou do anúncio da Otan em Bruxelas, admitiu o "cansaço" dos EUA com a guerra e se disse satisfeita com as "contribuições significativas" de soldados e treinadores, cuja função é preparar as forças afegãs para que tomem as rédeas da segurança do país a partir de 2011. "A necessidade de novas tropas é urgente, mas sua permanência não será indefinida", agregou Hillary.
Ao mesmo tempo, ela destacou que, apesar do plano de Obama de terminar a guerra em até três anos, "transição [de controle para as tropas afegãs] não significa a saída" das tropas estrangeiras. "Essa é a nossa primeira luta juntos. E precisamos terminá-la juntos", disse Hillary à aliança militar. "Este é um teste crucial para a Otan."

Com agências internacionais



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