São Paulo, domingo, 05 de dezembro de 2010

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WikiLeaks perde conta para doações

Para PayPal, serviço de pagamentos via internet, bloqueio aconteceu porque o site fazia atividades ilegais

Liderados pelos EUA, governos e empresas estão fechando cerco contra site desde que os vazamentos começaram


DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O serviço de pagamentos via internet PayPal desativou na madrugada de ontem a conta utilizada pelo site WikiLeaks como um dos principais canais para receber as doações usadas no financiamento de suas atividades.
A empresa americana afirmou ter desativado permanentemente a conta do WikiLeaks por causa de violações à sua política de uso.
A PayPal pertence ao site de leilões eBay e afirma operar em 190 países realizando comércio e transferências de dinheiro por meio de cartões de crédito na internet.
"Nossos serviços de pagamento não podem ser usados para nenhuma atividade que estimule, promova, facilite ou instrua terceiros de se envolverem em atividades ilegais", disse nota divulgada no blog oficial da empresa.
"Nós notificamos o dono da conta a respeito desta ação", acrescentou.
Em resposta, o WikiLeaks publicou um texto em seu Twitter afirmando que a PayPal se rendeu à "pressão do governo dos EUA".
Desde 28 de novembro, quando o WikiLeaks começou a divulgar um lote de mais de 250 mil documentos secretos da diplomacia americana, governos e empresas privadas liderados pelos EUA intensificaram ações para silenciar a organização.
A ação mais recente, anteontem, foi da empresa americana EveryDNS, que fornecia o endereço da organização na internet.
A empresa interrompeu o serviço alegando ter sido alvo de ataques e obrigou o WikiLeaks a migrar para um endereço na Suíça, e depois para a Alemanha, a Holanda e a Finlândia.
O chanceler da Austrália, Kevin Rudd, informou que a Polícia Federal abriu uma investigação contra Julian Assange e não descartou a possibilidade de que o governo suspenda o passaporte do criador do WikiLeaks, nascido no país.
Atualmente é possível acessar o site no endereço wikileaks.ch ou com os domínios .de, .nl e .fi.
Apesar do bloqueio da conta no PayPal, a organização ainda possui outros canais para levantar recursos, entre eles a fundação Wau Holland Stiftung, na Alemanha, contas bancárias na Suíça -uma delas destinada a financiar especificamente a segurança pessoal de Assange- e na Islândia, além de um endereço na Austrália.
Segundo o jornal ameri cano "New York Times", o Datacell, um site semelhante ao PayPal, porém baseado na Suíça e na Islândia, ainda está recebendo doações online para o WikiLeaks.

PROTESTO
A Organização Repórteres Sem Fronteiras divulgou ontem nota sobre o caso afirmando estar chocada com o posicionamento dos EUA e da França contra a liberdade de expressão e comparou os dois países à China.


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