São Paulo, domingo, 05 de dezembro de 2010

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Telegramas mostram ação contra Google

Partido chinês dirigiu ataque cibernético

DE SÃO PAULO

Telegramas dos EUA revelados pelo WikiLeaks mostram líderes chineses obcecados com o Google, ativos no hacking para obter segredos de seus rivais e imbuídos da crença de "a Web é fundamentalmente controlável".
As operações de hacking chinesas, inclusive contra o Google, são tema central dos documentos, que revelam que um volume expressivo de informações civis e militares americanas foi acessado.
Houve ataques, por exemplo, a computadores de diplomatas americanos que preparavam as discussões sobre mudança climática.
Segundo os textos, os responsáveis por dirigir o ataque contra o Google no final de 2009 foram dois membros do Comitê Permanente do Politburo do Partido Comunista chinês, o mais elevado órgão de comando do gigante asiático.
O caso provocou graves tensões entre EUA e China. O Google acabou saindo do país em março deste ano, após um ataque maciço contra seus servidores revelar contas de e-mails de dissidentes e códigos internos da empresa.
Um dos telegramas da embaixada americana detalhava a inusitada razão por trás da decisão chinesa de investir contra a empresa: eles haviam pesquisado os próprios nomes no Google.
Quando Li Changchun, membro do Politburo, digitou seu nome na ferramenta de busca, encontrou "resultados críticos sobre ele", informa a correspondência.
Os textos mostram ainda a intensa pressão para que o Google seguisse as leis locais de censura -e aceitação da empresa em segui-las.
Entre as exigências à empresa estava que as menções ao dalai lama e aos protestos na Praça da Paz Celestial fossem removidas nas buscas.
A China também pressionou os EUA para que diminuíssem a resolução das imagens obtidas pelos satélites usados nos mapas do Google Earth, alegando questões de segurança.


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