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Frota americana patrulha a Somália
Força-tarefa tenta impedir fuga pelo mar de militantes islâmicos, após sua derrota para os soldados da vizinha Etiópia
Número 2 da Al Qaeda incentiva ataques aos "escravos" dos EUA; força de paz africana pode permitir retirada de tropas etíopes
STEPHEN FIDLER E WILLIAM
WALLIS
DO "FINANCIAL TIMES"
Uma força-tarefa naval liderada pelos Estados Unidos e
posicionada ao largo da costa
da Somália vem abordando navios, nos últimos dias, como
parte dos esforços para impedir
que militantes islâmicos fujam
do país. A força-tarefa é parte
de um esforço americano mais
amplo para impedir que os
combatentes islâmicos da Somália se transfiram a países vizinhos, depois de serem derrotados por forças da vizinha
Etiópia, com apoio dos EUA.
O Quênia fechou oficialmente sua fronteira com a Somália,
em um esforço para impedir a
passagem dos militantes.
A região do Chifre da África é
um antigo reduto de operações
da Al Qaeda. Em mensagem divulgada ontem, o número dois
da rede terrorista exortou os
militantes do Conselho dos
Tribunais Islâmicos -uma
reunião de grupos que se opunham ao governo provisório reconhecido pela ONU e apoiado
pelos EUA- a intensificar os
ataques contra os etíopes.
Antes da ofensiva etíope, o
Conselho controlava a maior
parte do território da Somália,
incluindo a capital, Mogadício.
"Vocês devem promover emboscadas, colocar minas, fazer
ataques rápidos e campanhas
de martírio para eliminá-los.
Como no Iraque e no Afeganistão, onde a maior força do mundo foi derrotada pela campanha
dos guerreiros, os seus escravos
também serão derrotados nas
terras muçulmanas da Somália", disse Ayman al Zawahiri.
A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice,
classificou a vitória militar
etíope como uma "oportunidade histórica" para a Somália,
em guerra civil desde o início
dos anos 1990.
Os EUA também se declararam determinados a impedir
que terroristas escapem às conseqüências da derrota militar.
"Trabalharemos em estreito
contato com os países da região
para garantir que esses indivíduos não consigam atravessar
as fronteiras e deixar a Somália", disse um porta-voz do Departamento de Estado.
Funcionários de governos
europeus, africanos e do Oriente Médio discutem no Quênia o
envio de uma força de paz para
a região. Yoseri Museveni, presidente de Uganda, disse em
entrevista em Adis Abeba concedida em companhia do primeiro-ministro etíope, Meles
Zenawi, que seu país estava
preparado para fornecer soldados à força de paz.
Zenawi pressionou pelo envio rápido da força de paz, considerado por diplomatas regionais e internacionais como essencial para fornecer à Etiópia
uma estratégia de saída.
Funcionários etíopes disseram que os combates contra
militantes islâmicos continuavam na ponta sul da Somália,
perto da fronteira com o Quênia. Os navios norte-americanos estão operando em águas
internacionais, ao largo da costa somali. Uma porta-voz do
Comando Central dos EUA disse que, embora algumas abordagens tenham sido conduzidas, ela não podia confirmar a
detenção de suspeitos.
Um funcionário do governo
do Quênia declarou à agência
France Presse, que quatro helicópteros etíopes, operando
com base em informações fornecidas por satélites americanos, haviam atacado três veículos que possivelmente transportavam líderes islâmicos,
perto da fronteira queniana.
Uma segunda força-tarefa
norte-americana vem operando em Djibuti, país vizinho à
Etiópia e à Somália, desde
2003, com mais de 1.500 soldados e civis, cujo objetivo é ajudar os países do Chifre da África a combater o terrorismo. A
força forneceu assistência militar à Etiópia.
No entanto, uma porta-voz
informou que o governo de
transição somali, "internacionalmente reconhecido", não
havia convidado forças dos Estados Unidos a operar em território do país, e que não havia
soldados americanos em ação
na Somália.
Com agências internacionais
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