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Farc confirmam que o menino do DNA é Emmanuel
Em nota, guerrilha corrobora afirmação de Uribe de que garoto que seria libertado não estava mais em cativeiro
Grupo, que diz que o presidente colombiano "seqüestrou" o filho da refém Clara Rojas, promete libertar a mãe do menino
DA REDAÇÃO
As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia)
confirmaram em nota na madrugada de ontem que o menino localizado em Bogotá é mesmo Emmanuel, filho da refém
Clara Rojas e de um membro da
guerrilha, que até o último mês
se pensava detido na selva.
A confirmação chegou pouco
após a Procuradoria Geral da
Colômbia informar que resultados preliminares de exames
de DNA indicam que um garoto
de três anos e meio sob custódia do Estado desde 2005 é
Emmanuel.
O menino, registrado como
Juan David Gómez Tapiero,
chegou a uma instituição social
por meio de um homem que se
dizia seu tio-avô, em San José
del Guaviare (centro-sul), segundo informações coletadas
pelo governo. Mais tarde o homem teria admitido que o menino "pertencia às Farc" e alegado que a guerrilha havia tentado recuperá-lo até o dia 30 de
dezembro último.
De acordo com o comunicado das Farc, a criança "não poderia ficar no meio das operações bélicas do Plano Patriota
[ofensiva do Exército colombiano] (...) Por isso, esse menino, de pai guerrilheiro, foi deixado em Bogotá sob os cuidados de pessoas honradas enquanto se firmava o acordo humanitário", diz o texto, datado
de 2 de janeiro.
A guerrilha acusa o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe,
de "seqüestrar" Emmanuel em
Bogotá "com o infeliz propósito
de sabotar a entrega" do menino, de sua mãe e da ex-congressista seqüestrada Consuelo
Gonzáles ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
O anúncio, porém, confirma
a tese de Uribe de que as Farc
cancelaram a entrega dos três
reféns, no último dia do ano
passado, porque não tinham o
menino em seu poder. A guerrilha havia prometido a liberação
no mês passado como "ato de
desagravo" a Chávez por seu
trabalho como mediador, encerrado por Uribe em novembro. O presidente venezuelano
anunciou o cancelamento da
operação pelas Farc na última
segunda-feira, supostamente
devido a manobras militares
colombianas.
Na nota, as Farc dizem ainda
que pretendem libertar Clara
Rojas e Consuelo Gonzáles e
reiteram a exigência de que o
governo desmilitarize dois municípios no sudoeste colombiano para negociar a troca humanitária de 45 seqüestrados por
500 guerrilheiros presos.
Bogotá
Segundo Luis Carlos Restrepo, alto comissário para a Paz
do governo colombiano, já era
esperado que as Farc culpassem Bogotá pelo episódio. "Reconhecem sua mentira, mas
agora para eles o seqüestrador
é o governo", ironizou, no jornal local "El Tiempo".
A família de Clara Rojas, seqüestrada em 2002, afirma que
já deu início aos trâmites para
pedir a custódia do menino.
O governo colombiano afirmou que Emmanuel "é hoje um
menino feliz graças à ação do
Estado, que o recebeu em condições lamentáveis".
A diretora do Instituto Colombiano de Bem-Estar Familiar (ICBF), Elvira Forero, afirmou em uma entrevista coletiva que o menino "foi resgatado
da morte a o teriam submetido
as Farc". Segundo ela, Emmanuel foi entregue pela guerrilha
"em alto grau de desnutrição" e
"com leishmaniose". Forero
disse ao "El Tiempo" que a família de Clara Rojas poderá receber Emmanuel após um processo de duas semanas.
Com agências internacionais
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