São Paulo, sexta-feira, 06 de fevereiro de 2009

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Após escândalos, cresce escrutínio de indicado à CIA

ANDREA MURTA
DE NOVA YORK

Escândalos que já custaram a Barack Obama dois indicados a cargos em seu governo e mancharam a credibilidade de um terceiro aumentam o escrutínio sobre Leon Panetta, controversa escolha do presidente para a direção da CIA, que foi sabatinado ontem pela Comissão de Inteligência do Senado.
Na véspera da audiência, ele divulgou ganhos de cerca de US$ 1,2 milhão em 2008 em taxas de consultoria e palestras para dezenas de corporações. O problema é que há inúmeros laços com firmas polêmicas, como o banco Merrill Lynch, que está na raiz da crise no mercado financeiro que se alastrou pela economia, e a firma de empréstimos estudantis EduCap, atualmente sob investigação do Fisco americano. Ligações da EduCap com o ex-senador Tom Daschle, que desistiu da indicação à pasta da Saúde por problemas com impostos, também haviam sido questionadas.
O clima não acalma adversários de Panetta, que teve a escolha criticada pela falta de familiaridade do ex-chefe-de-gabinete de Bill Clinton (1993-2001) com a CIA e ações de inteligência em geral.
A equipe de Obama tem ainda outros problemas. Mais dois indicados -Hilda Solis, para a pasta do Trabalho, e Judd Gregg, para o Comércio -, começam a levantar suspeitas de um passado errático.
A votação de confirmação de Solis em uma comissão do Senado foi adiada ontem pouco após o jornal "USA Today" divulgar que seu marido pagou nesta semana US$ 6.400 em acordo sobre impostos devidos havia até 16 anos.
Quanto ao republicano Gregg, um ex-funcionário seu está sob investigação por supostamente ter aceito mais de US$ 10 mil em troca de ações oficiais do senador que favoreceram clientes do ex-lobista Jack Abramoff, hoje preso.
Não se sabe como as preocupações interferirão na complicada aprovação dos indicados. Além de Daschle, Nancy Killefer, apontada para supervisionar a reforma do Orçamento e os gastos do governo, retirou seu nome devido a problemas com impostos. O secretário do Tesouro, Timothy Geithner, enfrentou crise similar, mas sobreviveu ao Congresso.


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