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Êxito de aliados nas urnas fortalece premiê do Iraque
Com 90% dos votos apurados, coalizão de Maliki lidera em 9 das 14 Províncias que votaram
Primeiro-ministro defende Estado laico e centralizado; vantagem faz dele favorito nas eleições de dezembro, e siglas religiosas recuam
DA REDAÇÃO
Com a divulgação dos primeiros números oficiais a partir de 90% dos votos apurados,
o premiê iraquiano, Nuri al Maliki, a despeito de não ter se
candidatado, desponta como o
grande vencedor das eleições
provinciais do último sábado.
A Coalizão para o Estado de
Direito, encabeçada pelo Dawa,
sigla da qual é líder, figura em
primeiro lugar em 9 das 14 Províncias que votaram para Conselhos Provinciais. A Comissão
Eleitoral divulgou os dados ontem. Não houve votação em
quatro Províncias.
O resultado definitivo deve
ser anunciado ainda neste mês,
após uma revisão oficial a partir de pedidos de impugnação.
Os correligionários do premiê lideram tanto em Bagdá
-com 29 pontos de vantagem
sobre o segundo colocado, o
grupo de oposição ligado ao clérigo xiita antiamericano Muqtada al Sadr- quanto em Basra,
a segunda maior cidade iraquiana, onde estão 25 pontos à
frente dos concorrentes.
Os resultados provinciais devem dar impulso a Maliki na
eleição nacional, em dezembro.
E representam uma mudança
no perfil dos dirigentes iraquianos -com avanço de políticos
laicos em território antes ocupado por lideranças religiosas.
A despeito de o Dawa ter surgido nos anos 50 com a meta de
promover o papel do islã no Estado, em resposta ao então
crescente nacionalismo secular
árabe, Maliki sustentou na
campanha a ideia de um Estado
forte, laico e centralizado.
O xiita, eleito em 2005 em
um pleito organizado com ajuda dos EUA, capitalizou a queda da violência sob seu governo
e se vendeu como responsável
pela redução da tensão sectária.
Já o Conselho Supremo Islâmico Iraquiano, que forma com
o Dawa e duas legendas curdas
pró-EUA a coalizão governista
no Parlamento, perdeu espaço.
A sigla confessional, que defende um Estado nos moldes
do Irã, era a mais expressiva entre os xiitas. Mas os resultados
parciais indicam que não vencerá em nenhuma Província.
O discurso de Maliki também
incomodou seus aliados curdos. Eles temem que o aumento do poder de um líder centralizador em Bagdá mine seu projeto de expansão do encrave semiautônomo no norte do país.
Ontem, a etnia minoritária
foi alvo de atentado suicida,
que deixou 14 mortos em Khanaqin (cidade próxima à fronteira com o Irã, numa Província
de maioria sunita). Os curdos
de lá tinham alegado que foram
impedidos de votar no sábado.
Com agências internacionais
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