DO "FINANCIAL TIMES"

Uma leitura rápida do discurso do primeiro-ministro chinês Wen Jiabao e dos documentos divulgados na abertura da sessão anual do Congresso Nacional do Povo mostra que o "imposto sobre o abate" foi abolido (para aliviar o fardo tributário dos agricultores) e que a maior parte dos "fornos de processamento líquido" de cimento foi fechada (para reduzir a poluição).
Mas um estudo mais completo revela também a imensidão das ambições industriais da China nos últimos anos.
Wen delineou de que maneira o governo, como parte de sua campanha para eliminar os focos de produção ineficiente, planeja fechar siderúrgicas com capacidade superior à de todo o setor de aço alemão e fornalhas de ferro que produzem volume quase tão grande do metal quando a Europa.
O objetivo de Pequim é fechar "fundições de ferro antiquadas" com capacidade de produção anual de 100 milhões de toneladas, nos próximos cinco anos; no caso das siderúrgicas, as unidades "antiquadas" que fecharão as portas produzem 55 milhões de toneladas de aço ao ano.
O governo vem se concentrando na produção ineficiente de ferro e aço há diversos anos, porque essas instalações desperdiçam energia e criam poluição. As autoridades locais, no entanto, muitas vezes ignoram os éditos do governo central, devido às receitas que as usinas em questão propiciam e aos empregos que elas criam.
Wen e alguns ministérios ofereceram certas pistas sobre as prioridades do governo e os setores nos quais expansão é desejada, enquanto a indústria pesada é restringida. Wen disse que o governo "revigoraria o setor de produção de equipamentos" e que uma prioridade nova seria expandir o papel da China no setor de terceirização externa de serviços, área em que a Índia há muito lidera, mas na qual a China começa a ganhar terreno, especialmente na prestação de serviços a empresas japonesas.


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