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Roma vai usar até mísseis na segurança
DO ENVIADO ESPECIAL A ROMA
Os três dias já transcorridos
desde a morte do papa João
Paulo 2º não trouxeram o colapso logístico que se previa,
apesar do formidável afluxo de
visitantes (já há jornais que especulam que poderiam ser 4
milhões ou um acréscimo de
1,4 milhão aos 2,6 milhões de
habitantes de Roma).
É verdade que todos os meios
de transporte público possíveis
(trens, ônibus, metrô) circulam
lotados e despejam nos pontos
terminais massas e massas de
gente. É igualmente verdade
que o trânsito, ao menos nas
imediações do Vaticano, ficou
mais complicado do que já é
habitualmente, a ponto de a
distribuição de jornais ter sido
afetada. Mas nada que se pareça com um pesadelo logístico.
Se, no entanto, estiver certa a
previsão que se ouve no corpo
diplomático, "o caos vem agora". Ou seja, a partir de amanhã, quando começam a chegar os chefes de Estado/governo que participarão do funeral
do papa na sexta-feira (serão
quase duas centenas).
Nesse caso, não se trata de colapso do trânsito ou dos transportes, problemas cotidianos
que governantes raramente enfrentam. Trata-se do temor a
atentados terroristas em um local em que o já rotineiro "scanner" para detectar metais foi
deixado de lado, para evitar retardar ainda mais as filas imensas que entram na basílica de
São Pedro.
A vistoria é feita por pequenas máquinas de mão, tipo
"palm pilot", de eficácia naturalmente menor, e mesmo assim por amostragem.
Com os chefes de Estado/governo, será diferente. Até mísseis estarão apontados para os
céus do Vaticano/Roma. Como
já estão a postos, desde a semana passada, 450 atiradores de
elite que se revezam no topo
das colunatas de Bernini, a
mais majestosa obra desse
mestre do barroco, que abraçam a praça.
Em princípio, os governantes
ficarão ao ar livre, ao lado do altar que é sempre montado nas
escadarias da basílica para as
missas especiais.
Dos 10 mil policiais e demais
agentes de segurança que estão
alocados para as cerimônias no
Vaticano, 1.500 ficarão incumbidos de zelar pelos dignitários
estrangeiros.
(CLÓVIS ROSSI)
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