São Paulo, quarta-feira, 06 de abril de 2005

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Roma vai usar até mísseis na segurança

DO ENVIADO ESPECIAL A ROMA

Os três dias já transcorridos desde a morte do papa João Paulo 2º não trouxeram o colapso logístico que se previa, apesar do formidável afluxo de visitantes (já há jornais que especulam que poderiam ser 4 milhões ou um acréscimo de 1,4 milhão aos 2,6 milhões de habitantes de Roma).
É verdade que todos os meios de transporte público possíveis (trens, ônibus, metrô) circulam lotados e despejam nos pontos terminais massas e massas de gente. É igualmente verdade que o trânsito, ao menos nas imediações do Vaticano, ficou mais complicado do que já é habitualmente, a ponto de a distribuição de jornais ter sido afetada. Mas nada que se pareça com um pesadelo logístico.
Se, no entanto, estiver certa a previsão que se ouve no corpo diplomático, "o caos vem agora". Ou seja, a partir de amanhã, quando começam a chegar os chefes de Estado/governo que participarão do funeral do papa na sexta-feira (serão quase duas centenas).
Nesse caso, não se trata de colapso do trânsito ou dos transportes, problemas cotidianos que governantes raramente enfrentam. Trata-se do temor a atentados terroristas em um local em que o já rotineiro "scanner" para detectar metais foi deixado de lado, para evitar retardar ainda mais as filas imensas que entram na basílica de São Pedro.
A vistoria é feita por pequenas máquinas de mão, tipo "palm pilot", de eficácia naturalmente menor, e mesmo assim por amostragem.
Com os chefes de Estado/governo, será diferente. Até mísseis estarão apontados para os céus do Vaticano/Roma. Como já estão a postos, desde a semana passada, 450 atiradores de elite que se revezam no topo das colunatas de Bernini, a mais majestosa obra desse mestre do barroco, que abraçam a praça.
Em princípio, os governantes ficarão ao ar livre, ao lado do altar que é sempre montado nas escadarias da basílica para as missas especiais.
Dos 10 mil policiais e demais agentes de segurança que estão alocados para as cerimônias no Vaticano, 1.500 ficarão incumbidos de zelar pelos dignitários estrangeiros.
(CLÓVIS ROSSI)


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