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Oposição nega 2º turno e diz que Mugabe prepara guerra
Tsvangirai diz ter 50,3% dos votos; resultado oficial mostra empate no Senado
Oposição, barrada ontem pela polícia ao entrar na Justiça, promete hoje pedir outra vez que resultados de eleição sejam divulgados
FÁBIO ZANINI
EM HARARE
No dia em que a eleição presidencial no Zimbábue completou uma semana, a oposição foi
impedida fisicamente pela polícia de entrar na Justiça com
uma ação para forçar a divulgação dos resultados.
Em resposta, o candidato
presidencial do MDC (Movimento para Mudança Democrática), Morgan Tsvangirai,
endureceu o discurso, dizendo
que não aceita a realização de
um segundo turno e chamando
entidades internacionais, como
a ONU e a União Africana, a intervir: "O MDC venceu as eleições presidenciais sem a necessidade de segundo turno. Ele é
uma tentativa dissimulada de
negar o desejo das pessoas. O
MDC não aceitará isso", disse
ele, que também indicou que
poderá voltar atrás caso haja
condições de segurança para
uma nova votação.
Para Tsvangirai, a arma do
governo no segundo turno será
a guerra. "Nós sabemos que milhares de recrutas do Exército
estão sendo convocados e e
poucos veteranos de guerra já
estão a caminho da guerra."
Embora nenhuma apuração
parcial da eleição presidencial
tenha sido divulgada, o partido
governista anunciou que disputará o segundo turno, o que levanta suspeitas de um conluio
do ditador Robert Mugabe com
as autoridades eleitorais.
A oposição diz que ganhou a
eleição com 50,3% dos votos, o
suficiente para evitar o segundo turno. Pela manhã, os advogados do MDC foram hostilizados por policiais e militantes do
partido governista e desistiram
de apresentar sua ação judicial.
Tentarão novamente hoje.
A comissão eleitoral do país
anunciou ontem uma nova leva
de vencedores da eleição do Senado, mas não deu prazo para
revelar os resultados presidenciais, disse que serão divulgados "quando estiverem prontos). Governo e oposição dividirão igualmente as 60 cadeiras
da Casa, e o presidente indicará
quem ocupará as outras 33.
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