São Paulo, domingo, 06 de abril de 2008

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Adolescentes emos são espancados no México

Ataques assustam adeptos do movimento, surgido nos EUA há duas décadas

Onda de violência levou governo a fazer campanha para promover tolerância; adolescentes organizaram passeata para pedir paz

Rondolfo Angulo-2.abr.08/Efe
Menina mexicana protesta com os dizeres "sou emo, e daí?"

DA REDAÇÃO

Eles têm entre 14 e 20 anos, franja comprida caída no rosto, olhos pintados e usam roupas pretas com detalhes rosa-schoking ou branco. São os "emos", tribo urbana alvo de uma série de ataques que se espalharam pelo México este mês.
O termo emo, uma abreviação do inglês "emotional", descreve um gênero de música derivado do hardcore, criado por bandas punks americanas nos anos 80, que abusavam do lirismo em suas composições.
"Somos muito sensíveis, ouvimos uma música triste e choramos", explica Alejandra Sanchéz, uma emo mexicana de 20 anos.
O movimento chegou com quase duas décadas de atraso à América Latina, e na rabeira veio junto o preconceito. Punks e metaleiros fazem uso de discurso homofóbico para criticar o visual emo como suposta cópia das estéticas dark e gótica.
Uma onda de violência antiemo ganhou folêgo no México, depois que centenas de pessoas se reuniram para espancar um grupo de adeptos em Querétaro, cidade de 1,5 milhão de habitantes no norte do país, deixando vários feridos. Pelo menos 30 pessoas foram presas.
Na semana seguinte, houve novos incidentes em que adolescentes emo foram agredidos por punks e metaleiros na Cidade do México.
Em resposta, centenas de emos protestaram contra a violência, na capital mexicana.
Há pouco mais de uma semana, autoridades de Tijuana -na fronteira com os EUA- anunciaram reforço do policiamento na cidade, por causa de uma mobilização antiemo planejada para o último fim de semana.
O Instituto da Juventude do Distrito Federal (IJDF) iniciou uma campanha na internet para incentivar os jovens mexicanos a divulgarem mensagens de tolerância em sites com grande número de acessos, como YouTube e MySpace.
Isso porque é na rede online que os grupos pró e antiemo organizam suas mobilizações e fazem sua propaganda. As recentes manifestações em Querétaro e na Cidade do México estão no YouTube (www.youtube.com/watch?v=oAsNih3jG9g e www.youtube.com/watch?v=5kcYt-AYRXg). Mas a rixa também rende discussões nos mais variados blogs em inglês, espanhol ou português; e até no site de relacionamento Orkut, onde pipocam comunidades como "Movimento Emo", "Antes Emo do que Feio" e "Aliança Contra Emo".


Com agências internacionais.


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