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Adolescentes emos são espancados no México
Ataques assustam adeptos do movimento, surgido nos EUA há duas décadas
Onda de violência levou governo a fazer campanha para promover tolerância; adolescentes organizaram passeata para pedir paz
Rondolfo Angulo-2.abr.08/Efe
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Menina mexicana protesta com os dizeres "sou emo, e daí?"
DA REDAÇÃO
Eles têm entre 14 e 20 anos,
franja comprida caída no rosto,
olhos pintados e usam roupas
pretas com detalhes rosa-schoking ou branco. São os "emos",
tribo urbana alvo de uma série
de ataques que se espalharam
pelo México este mês.
O termo emo, uma abreviação do inglês "emotional", descreve um gênero de música derivado do hardcore, criado por
bandas punks americanas nos
anos 80, que abusavam do lirismo em suas composições.
"Somos muito sensíveis, ouvimos uma música triste e choramos", explica Alejandra Sanchéz, uma emo mexicana de 20
anos.
O movimento chegou com
quase duas décadas de atraso à
América Latina, e na rabeira
veio junto o preconceito. Punks
e metaleiros fazem uso de discurso homofóbico para criticar
o visual emo como suposta cópia das estéticas dark e gótica.
Uma onda de violência antiemo ganhou folêgo no México,
depois que centenas de pessoas
se reuniram para espancar um
grupo de adeptos em Querétaro, cidade de 1,5 milhão de habitantes no norte do país, deixando vários feridos. Pelo menos
30 pessoas foram presas.
Na semana seguinte, houve
novos incidentes em que adolescentes emo foram agredidos
por punks e metaleiros na Cidade do México.
Em resposta, centenas de
emos protestaram contra a violência, na capital mexicana.
Há pouco mais de uma semana, autoridades de Tijuana -na
fronteira com os EUA- anunciaram reforço do policiamento na cidade, por causa de uma
mobilização antiemo planejada
para o último fim de semana.
O Instituto da Juventude do
Distrito Federal (IJDF) iniciou
uma campanha na internet para incentivar os jovens mexicanos a divulgarem mensagens de
tolerância em sites com grande
número de acessos, como YouTube e MySpace.
Isso porque é na rede online
que os grupos pró e antiemo organizam suas mobilizações e
fazem sua propaganda. As recentes manifestações em Querétaro e na Cidade do México
estão no YouTube (www.youtube.com/watch?v=oAsNih3jG9g e www.youtube.com/watch?v=5kcYt-AYRXg). Mas a rixa também
rende discussões nos mais variados blogs em inglês, espanhol ou português; e até no site
de relacionamento Orkut, onde
pipocam comunidades como
"Movimento Emo", "Antes
Emo do que Feio" e "Aliança
Contra Emo".
Com agências internacionais.
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