DO ENVIADO ESPECIAL

Para o governo do Paquistão, o assalto à Mesquita Vermelha foi uma ação antiterrorismo, e as alegações de que pode haver mais mortos que os admitidos oficialmente são "frívolas e exageradas". "A imprensa acompanhou todos os enterros", diz o brigadeiro de Exército Jawed Iqbal Cheema, porta-voz do Ministério do Interior e chefe da Célula de Gestão de Crises da pasta. Cheema falou com a Folha em fevereiro. (IG)

 

FOLHA - Oito meses depois do cerco à mesquita, o governo está preocupado com os efeitos colaterais do evento?
JAWED CHEEMA - Logicamente. Sabemos que demos às pessoas a oportunidade de saírem em paz e serem anistiadas. Acho que só os elementos mais radicais ficaram, mas não podemos descartar ações subseqüentes.

FOLHA - Como vê alegações de que o número de mortos é maior do que o governo diz?
CHEEMA - As acusações sobre isso são frívolas. Não faz nenhum sentido, o processo todo foi o mais transparente possível.

FOLHA - Analistas dizem que ações assim ajudaram no péssimo desempenho do governo nas eleições parlamentares.
CHEEMA - Não acredito nisso. Nosso povo está cansado do terrorismo. Basta ver que o PPP, o grande vencedor, é um partido liberal, contra o terror. Os partidos religiosos perderam espaço.


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