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ORIENTE MÉDIO
Recursos seriam repassados sem intermediação do governo do Hamas
UE propõe fundo de ajuda humanitária aos palestinos
DA REDAÇÃO
A União Européia propôs ontem que Estados Unidos, Rússia e
ONU se unam para criar um fundo que canalize assistência humanitária para os palestinos, contornando o governo da Autoridade
Nacional Palestina, liderado pelo
grupo terrorista Hamas.
Maior fonte de ajuda aos palestinos, a UE preparou um pacote
de emergência de 34 milhões
(R$ 89 milhões) para educação e
assistência médica que, segundo a
proposta, seria canalizado por
meio do fundo.
O fundo seria administrado
conjuntamente por UE, EUA,
Rússia e ONU, que fazem parte do
Quarteto que apóia o "Mapa do
caminho" (plano de paz), afirmou a comissária de Relações Externas da UE, Benita Ferrero-Waldner. A proposta deve ser
examinada em reunião na próxima semana.
Segundo ela, o fundo permitiria
que a comunidade internacional
continuasse evitando um contato
direto com o Hamas, sem deixar
de assegurar a chegada de ajuda
para os palestinos.
Os EUA e a UE cortaram toda a
ajuda direta à ANP após a vitória
do Hamas nas eleições de janeiro.
Israel também cancelou os repasses de impostos coletados em nome da ANP.
Os cortes são uma medida de
pressão para que o grupo terrorista, que prega a destruição de Israel, renuncie à violência. O Hamas se recusa a atender.
"Não queremos que esse governo [do Hamas] fracasse. Queremos que ele mude", disse Ferrero-Waldner.
O governo palestino tem alertado que sua economia pode entrar
em colapso caso seja mantida a
suspensão do envio de recursos,
usados, entre outros fins, para cobrir a folha de pagamento de cerca de 165 mil funcionários.
Ontem, milhares de palestinos
protestaram na faixa de Gaza e na
Cisjordânia em apoio ao governo
do Hamas, sob o lema "antes
morrer de fome que colocar-se de
joelhos".
"Cairão as cabeças de quem
quer fazer cair o governo", disse
Hassen al Seifi, um dos líderes do
Hamas na faixa de Gaza.
De acordo com a UE, cerca de
109 milhões (R$ 285 milhões) em
ajuda direta, comprometidos em
cerca de 34 contratos com a ANP,
foram congelados.
Ao todo, a ajuda da UE soma
500 milhões (R$ 1,3 bilhão)
anuais, dos quais metade vem do
orçamento do bloco.
Já as transferências suspensas
por Israel somam cerca de US$ 50
milhões (R$ 102 milhões) por
mês.
Crise humanitária
Ontem, a Arábia Saudita, o Egito e a Jordânia disseram que irão
pressionar o Quarteto para encontrar formas de enviar recursos
aos palestinos, evitando o que
chamaram de uma iminente "crise humanitária".
"É importante que a assistência
aos palestinos continue. Não podemos puni-los. Não se pode
avançar se as pessoas estão enfrentando uma horrível situação
humanitária", afirmou o embaixador egípcio em Washington,
Nabil Fahmy.
O Departamento de Estado reagiu, afirmando que o Hamas é o
único responsável pelos problemas financeiros palestinos.
"O princípio para nós continua
o mesmo. Queremos lidar com as
necessidades humanitárias do
povo palestino, mas não vamos
dar dinheiro a uma organização
terrorista", afirmou o porta-voz
Sean McCormack.
Com agências internacionais
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