São Paulo, quarta-feira, 06 de maio de 2009

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ONU cobra reparação por danos a instalações na ofensiva em Gaza

DA REDAÇÃO

Uma investigação das Nações Unidas considerou o Exército israelense culpado pelos ataques a instalações do órgão em Gaza durante a ofensiva de 22 dias no território, entre dezembro e janeiro, e exigiu formalmente compensações.
Segundo a apuração, a "negligência e a imprudência" do Exército causaram mortes de civis e prejuízos de mais de US$ 10 milhões à ONU, com a destruição de três escolas (uma delas em ataque que causou 40 mortes), uma clínica e a agência da ONU para refugiados. O conflito matou mais de 1.400 palestinos e 13 israelenses.
O resumo da apuração -que condenou Israel em 7 de 9 incidentes investigados- foi entregue ontem ao Conselho de Segurança da ONU. Um outro ataque a instalações da ONU foi atribuído a um foguete palestino do Hamas, grupo islâmico combatido por Israel em Gaza.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, confirmou que pedirá reparação financeira a Israel, mas ressaltou que as conclusões não têm aplicação judicial e que não haverá novas apurações sobre o tema. "Minha intenção é abordar qualquer outro incidente relacionado à equipe da ONU caso a caso, mediante diálogo com o governo de Israel", disse.
A investigação foi chamada por Israel de "tendenciosa" por "ignorar os fatos que apresentamos à comissão [da ONU]", segundo comunicado da Chancelaria israelense.
O ministro da Defesa, Ehud Barak, alegou ontem que "investigações internas provam irrefutavelmente que Israel não disparou intencionalmente contra instalações [da ONU]".
O embaixador-adjunto de Israel na ONU, Daniel Carmon, disse que o relatório "levanta sérios questionamentos quanto a futuras colaborações com as Nações Unidas em circunstâncias similares".

Mais acusações
Outros dois relatórios da ONU, feitos com base em depoimentos de palestinos e concluídos em março, acusavam Israel de graves abusos em Gaza, alguns com características de crimes de guerra.
Em outra acusação, o Comitê Antitortura da ONU questionou ontem Israel a respeito de um suposto centro secreto de detenção e interrogatórios, chamado de "instalação 1.391".
O local, "situado em lugar indeterminado do país, inacessível à Cruz Vermelha e aos advogados dos detidos", segundo o comitê, é alvo de queixas de tortura e maus tratos.


Com agências internacionais


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