São Paulo, segunda-feira, 06 de junho de 2011

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Pentágono eleva tom em debate sobre combates cibernéticos

Ações de hackers estrangeiros serão vistos como ato de guerra

ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

Acusações contra hackers chineses se infiltrando em e-mails do Google, que chegaram quase simultaneamente a uma afirmação do Pentágono de que verá ataques cibernéticos como atos de guerra, adicionaram tensão na última semana ao debate sobre conflitos virtuais nos EUA.
As acusações do Google estão relacionadas a um esquema, revelado na quarta-feira passada, para coletar senhas de usuários do gmail (e-mail do Google) incluindo membros do governo americano, jornalistas e ativistas.
Segundo a empresa, a origem do esquema está em Jinan, capital provincial chinesa onde ficam centros de treinamento do Exército.
Pequim negou envolvimento, mas Washington pediu mais investigações.
Nesse contexto, o Pentágono se prepara para lançar nas próximas semanas uma nova estratégia de resposta a ataques cibernéticos.
O texto ainda está sendo finalizado, mas o governo já avisou: reserva-se o direito de responder militarmente a ataques, de acordo com o dano que causarem.
O alerta tem o objetivo de dissuadir ataques contra metrôs, linhas de energia e até reatores nucleares.
"Se você desligar nossa linha de energia, talvez mandemos um míssil em uma de suas chaminés", disse ao jornal "Wall Street Journal" um militar americano.
Também está sendo escrita uma lista secreta de armas virtuais que poderão ser usadas pelos EUA, como vírus de computador e invasão de sistemas estrangeiros.
O problema é que os planos mais agressivos do Pentágono não poderão ser aplicados na maior parte dos ataques de hackers pelo mundo.
O primeiro motivo é a dificuldade de estabelecer a origem exata e a responsabilidade pelas invasões.
Depois, são comuns ataques não ligados a nenhum governo, mas partindo de indivíduos em países neutros. E por fim, o ataque pode sair de dentro dos EUA.
"Mas não é porque é difícil que a estratégia não deve ser feita", afirmou à Folha Mikah Zenko, analista de prevenção de conflitos do Council on Foreign Relations.
Mas, segundo ele, ainda falta coordenação entre os órgãos do governo e colaboração com países aliados.


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