São Paulo, terça-feira, 06 de julho de 2004

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DIREITOS HUMANOS

Ele estaria sendo "reeducado" pelo governo

Pequim detém médico que revelou a crise da Sars após crítica política

DA REDAÇÃO

O médico que denunciou a tentativa do governo chinês de esconder o surgimento da Sars (síndrome respiratória aguda grave, na sigla em inglês) no país entre o final de 2002 e o início de 2003 está preso, segundo fontes ouvidas pela agência Reuters e pelo jornal dos EUA "The Washington Post".
Jiang Yanyong, 72, e sua mulher, Hua Zhongwei, pesquisadora aposentada, teriam sido detidos em 1º de junho, dias antes do aniversário de 15 anos do massacre de Tiananmen (Paz Celestial). Em 1989, centenas de manifestantes pró-democracia reunidos na praça no centro de Pequim foram mortos pelo Exército chinês.
O casal teria escrito a altas autoridades do governo sugerindo que o governo reavaliasse a versão oficial para o movimento, considerado "contra-revolucionário".
A mulher foi libertada alguns dias depois, mas Jiang segue detido e estaria sendo submetido a sessões de "reeducação" para "elevar seu nível de entendimento" e "mudar seu pensamento".
Sua filha, Jiang Rui, que vive na Califórnia, confirmou a detenção.
Jiang trabalhava no Hospital do Exército de Libertação Popular. Quando os primeiros casos de Sars surgiram no sul da China entre o final de 2002 e o começo de 2003, ele quebrou o silêncio oficial sobre a nova doença, que matou cerca de 800 pessoas no mundo.
Após, nos primeiros meses, ter tentado esconder a doença, a China acabou sendo obrigada a reconhecer seu surgimento e a colaborar com a Organização Mundial da Saúde para o seu estudo e a sua contenção.


Com agências internacionais

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