|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DIREITOS HUMANOS
Ele estaria sendo "reeducado" pelo governo
Pequim detém médico que revelou a crise da Sars após crítica política
DA REDAÇÃO
O médico que denunciou a tentativa do governo chinês de esconder o surgimento da Sars (síndrome respiratória aguda grave,
na sigla em inglês) no país entre o
final de 2002 e o início de 2003 está preso, segundo fontes ouvidas
pela agência Reuters e pelo jornal
dos EUA "The Washington Post".
Jiang Yanyong, 72, e sua mulher, Hua Zhongwei, pesquisadora aposentada, teriam sido detidos em 1º de junho, dias antes do
aniversário de 15 anos do massacre de Tiananmen (Paz Celestial).
Em 1989, centenas de manifestantes pró-democracia reunidos na
praça no centro de Pequim foram
mortos pelo Exército chinês.
O casal teria escrito a altas autoridades do governo sugerindo
que o governo reavaliasse a versão
oficial para o movimento, considerado "contra-revolucionário".
A mulher foi libertada alguns
dias depois, mas Jiang segue detido e estaria sendo submetido a
sessões de "reeducação" para
"elevar seu nível de entendimento" e "mudar seu pensamento".
Sua filha, Jiang Rui, que vive na
Califórnia, confirmou a detenção.
Jiang trabalhava no Hospital do
Exército de Libertação Popular.
Quando os primeiros casos de
Sars surgiram no sul da China entre o final de 2002 e o começo de
2003, ele quebrou o silêncio oficial
sobre a nova doença, que matou
cerca de 800 pessoas no mundo.
Após, nos primeiros meses, ter
tentado esconder a doença, a China acabou sendo obrigada a reconhecer seu surgimento e a colaborar com a Organização Mundial
da Saúde para o seu estudo e a sua
contenção.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Ex-Iugoslávia: Saúde causa adiamento de julgamento de Milosevic Próximo Texto: Estréia Índice
|