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Israel volta a controlar parte de Gaza
Militantes prosseguem com o lançamento de foguetes; Exército decide criar uma zona-tampão para deter os disparos
Ataques em praia matam
um policial e um militante
palestinos; Turquia entra
nas negociações para tentar
colocar fim à atual crise
DA REDAÇÃO
Forças militares de Israel
reocuparam uma área no norte
da faixa de Gaza com o intuito
de criar uma "zona de segurança" e evitar o disparo de foguetes por militantes palestinos.
No ano passado, o governo israelense retirou soldados e demoliu assentamentos na região
após 38 anos de ocupação.
A estratégia foi adotada após
uma escola em Ashkelon ser
atingida por um foguete Qassam na terça-feira, em ataque
reivindicado pelo grupo terrorista Hamas. O prédio estava
vazio no momento do incidente. A cidade israelense, que era
considerada fora do alcance de
foguetes, foi novamente atacada por um Qassam ontem, mas
também não houve feridos.
O território reocupado compreende os antigos assentamentos de Nissanit, Dugit e
Elei Sinai, demolidos após a retirada empreendida por Israel.
Ainda não havia informações
se as forças israelenses entrariam nas cidades de Beit Hanoun e Beit Lahiya, o que poderia levar a um sangrento combate corpo-a-corpo com militantes palestinos que operam
livremente na área e preparam
o disparo de foguetes a partir
dessas localidades.
Ataque
Em meio às operações de
reocupação, um policial palestino e um militante morreram
e seis outros policiais ficaram
feridos -quatro em estado grave- em uma praia no norte de
Gaza. Integrantes das forças de
segurança palestinas disseram
que foi um ataque visando um
posto policial na área costeira.
Israel negou que tenha disparado contra os palestinos.
Segundo a agência France
Presse, um integrante do braço
armado do Hamas foi morto e
outros três acabaram feridos ao
norte da Cidade de Gaza depois
de um outro ataque israelense.
Os palestinos também acusaram Israel de atacar um carro
que levava jornalistas da rede
de TV Al Jazira em Beit Hanun
(norte da faixa de Gaza). O motorista ficou em estado grave.
A aviação israelense também
prosseguiu ontem no bombardeio de alvos oficiais palestinos
-cujo governo é controlado pelo Hamas. Foi atingido o Ministério do Interior pela segunda
vez nesta semana. Cinco pessoas ficaram feridas. Em outra
operação, Israel lançou mísseis
sobre um campo no sul da faixa
e em uma escola que o Hamas
controla na Cidade de Gaza.
Ontem, após a visita de um
enviado da Turquia, o líder do
Hamas exilado na Síria, Khaled
Meshal, disse que aceita a troca
de prisioneiros pela libertação
do soldado Gilad Shalit, 19, cujo
seqüestro foi o estopim da atual
crise. Meshal teria declarado,
segundo fontes políticas, que a
organização iria mostrar "flexibilidade". O ministro israelense da Justiça, Haim Ramon,
disse que o governo acredita
que Shalit estava vivo e num cativeiro em algum lugar de Gaza.
No Cairo, a mediação egípcia
acredita estar sendo prejudicada em razão do difícil diálogo
com o Hamas, que não aceita a
libertação incondicional do soldado. Assessores de Meshal
também negaram que o líder do
Hamas tenha deixado a Síria
em razão de divergências com o
governo local. O ditador sírio,
Bashar Assad, tem sido pressionado por dar abrigo a integrantes do grupo terrorista.
Em Washington, a secretária
de Estado norte-americana,
Condoleezza Rice fez um apelo
para que a Turquia, que já entrou nas negociações, pressione a Síria para desacelerar as
tensões. Ela se reuniu com o
chefe da diplomacia turca, Abdullah Gul.
Radicalização
O mediador da ONU Álvaro
de Soto voltou a apelar para que
as duas partes não se radicalizem. "Espero que elas reflitam
e não tornem o quadro ainda
pior do que está", afirmou.
Em Genebra, o alto funcionário da ONU John Dugard, relator para direitos humanos em
territórios palestinos, criticou
a ofensiva israelense e disse
que ela desrespeita "as normas
mais fundamentais" de respeito aos civis".
Com agências internacionais
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