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Pyongyang tem mísseis balísticos como prioridade
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Junto com o programa nuclear, o desenvolvimento de
mísseis balísticos é prioridade dos militares da Coréia do
Norte. Mísseis são vetores de
bombas atômicas muito
mais difíceis de serem abatidos do que aviões.
E a cada aperfeiçoamento
dos mísseis, aumenta a
ameaça potencial do arsenal
norte-coreano, obtendo-se
maiores alcances, colocando
assim mais alvos sob risco.
Estima-se que a Coréia do
Norte tenha centenas de
mísseis de curto alcance, capazes de atingir objetivos a
100 km de distância. Já é o
suficiente para afetar a Coréia do Sul.
Os norte-coreanos produziram o Nodong, que, com alcance de 1.000 km, já bastaria para atingir o Japão.
Já o Taepodong-1, com estimados 2.200 km de alcance, atingiria todo o Japão e
boa parte da China. Em 1998,
um míssil destes ultrapassou
o Japão e caiu no mar.
O nome Taepodong é usado pelos militares dos EUA,
pois foi perto da cidade com
esse nome que o primeiro foi
identificado.
Se o mais novo Taepodong-2 tiver os alegados
6.000 km de alcance ou mais,
já poderia acertar o Alasca e
até cidades litorâneas da
Costa Oeste dos EUA, usando uma ogiva mais leve para
aumentar o alcance.
Assim como no Irã e no
Iraque, o programa de mísseis balísticos do país asiático teve na base modelos antigos de foguetes da então
União Soviética, principalmente o Scud. Irã e Iraque
usaram vários modelos de
mísseis Scud, com alcances
de centenas de quilômetros,
para se bombardear mutuamente durante a guerra que
travaram de 1980 a 1988.
A tecnologia básica desse
míssil serviu para vários países criarem outros de maior
alcance.
Não existe consenso sobre
o desempenho e os padrões
técnicos dos mísseis da Coréia do Norte. Muito do que
se sabe é estimativa de técnicos ocidentais com base nas
dimensões dos mísseis, calculadas a partir de fotos. O
maior dos mísseis, Taepodong-2, tem em torno de 35
metros de altura e cerca de
dois metros de diâmetro.
Não se sabe se as agências
ocidentais de inteligência
têm dados mais precisos obtidos por espionagem ou por
meio do interrogatório de
pessoas que fugiram do país
comunista.
Um raro caso que veio a
público foi o de Kim Kil Son,
que fugiu para a Coréia do
Sul em 1997 e trabalhava no
setor de publicações de um
centro de pesquisas. Ele disse que o desenvolvimento do
míssil mais moderno, o Taepodong-2, começou em 1987.
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