São Paulo, quinta-feira, 06 de julho de 2006

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Pyongyang tem mísseis balísticos como prioridade

RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

Junto com o programa nuclear, o desenvolvimento de mísseis balísticos é prioridade dos militares da Coréia do Norte. Mísseis são vetores de bombas atômicas muito mais difíceis de serem abatidos do que aviões.
E a cada aperfeiçoamento dos mísseis, aumenta a ameaça potencial do arsenal norte-coreano, obtendo-se maiores alcances, colocando assim mais alvos sob risco.
Estima-se que a Coréia do Norte tenha centenas de mísseis de curto alcance, capazes de atingir objetivos a 100 km de distância. Já é o suficiente para afetar a Coréia do Sul.
Os norte-coreanos produziram o Nodong, que, com alcance de 1.000 km, já bastaria para atingir o Japão.
Já o Taepodong-1, com estimados 2.200 km de alcance, atingiria todo o Japão e boa parte da China. Em 1998, um míssil destes ultrapassou o Japão e caiu no mar.
O nome Taepodong é usado pelos militares dos EUA, pois foi perto da cidade com esse nome que o primeiro foi identificado.
Se o mais novo Taepodong-2 tiver os alegados 6.000 km de alcance ou mais, já poderia acertar o Alasca e até cidades litorâneas da Costa Oeste dos EUA, usando uma ogiva mais leve para aumentar o alcance.
Assim como no Irã e no Iraque, o programa de mísseis balísticos do país asiático teve na base modelos antigos de foguetes da então União Soviética, principalmente o Scud. Irã e Iraque usaram vários modelos de mísseis Scud, com alcances de centenas de quilômetros, para se bombardear mutuamente durante a guerra que travaram de 1980 a 1988.
A tecnologia básica desse míssil serviu para vários países criarem outros de maior alcance.
Não existe consenso sobre o desempenho e os padrões técnicos dos mísseis da Coréia do Norte. Muito do que se sabe é estimativa de técnicos ocidentais com base nas dimensões dos mísseis, calculadas a partir de fotos. O maior dos mísseis, Taepodong-2, tem em torno de 35 metros de altura e cerca de dois metros de diâmetro.
Não se sabe se as agências ocidentais de inteligência têm dados mais precisos obtidos por espionagem ou por meio do interrogatório de pessoas que fugiram do país comunista.
Um raro caso que veio a público foi o de Kim Kil Son, que fugiu para a Coréia do Sul em 1997 e trabalhava no setor de publicações de um centro de pesquisas. Ele disse que o desenvolvimento do míssil mais moderno, o Taepodong-2, começou em 1987.


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