São Paulo, segunda-feira, 06 de julho de 2009

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Opositor PRI lidera boca-de-urna no México

Legenda que governou país por 71 anos sai na frente do partido do presidente Calderón em disputa legislativa

DA REDAÇÃO

Pesquisas iniciais de boca-de-urna no México davam vitória ao oposicionista PRI (Partido da Revolução Institucional) nas eleições gerais legislativas de ontem no país.
O PAN (Partido da Ação Nacional), do presidente Felipe Calderón, reconheceu a derrota na noite de ontem.
O partido centrista, que governou o México por 71 anos, até o ano 2000, tinha, até o fechamento desta edição, ao redor de 35% dos votos, contra 27% do conservador PAN, segundo informações divulgadas nas TVs Televisa e Milenio.
Em terceiro lugar nas apurações estava o Partido da Revolução Democrática (PRD, esquerda), com 15%.
As eleições vão definir os ocupantes das 500 cadeiras da Câmara de Deputados, além de seis governos estaduais e 568 prefeitos.
Se confirmados os resultados preliminares, o PAN deve perder a maioria da Casa -hoje tem 206 assentos, contra 126 do PRD e 106 do PRI, que deve passar a ser predominante.
Ontem à noite, o porta-voz do PRI, Óscar Levín Coppel, disse que seu triunfo era "certo" e que os partidários já estavam comemorando.
A vitória, se confirmada, fortalecerá o PRI -que, após derrota legislativa em 2006, havia feito pacto com os oponentes no Parlamento- e seu provável candidato à Presidência em 2012, o governador do Estado do México, Enrique Peña Nieto, advogado de 43 anos.
O mandato presidencial é de seis anos. Não há reeleição no México.
O governo de Calderón, apesar de se beneficiar de alta popularidade (60%) por conta principalmente da chamada "guerra ao narcotráfico", está sofrendo os efeitos de uma forte crise econômica no país, apontam analistas.
Estimativas dizem que a economia mexicana pode encolher 6%, puxada pela recessão no vizinho Estados Unidos.

Agenda comprometida
A derrota eleitoral deve dificultar a execução da agenda do presidente, que incluía reformas no setor energético do país (para abrir espaço para mais investimentos privados), nas leis trabalhistas e no sistema tributário. Anteriormente, o PRI já havia barrado na Câmara outras reformas pretendidas por Calderón.
Os resultados das urnas também confirmam a crise do esquerdista PRD, que vive um racha interno.
A esperada alta abstenção entre os eleitores se confirmava, ainda que não houvesse números oficiais. O México tem 77 milhões de eleitores, mas autoridades estimavam que menos da metade fossem às urnas, desmotivados por uma campanha pelo voto nulo.


Com agências internacionais


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