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Opositor PRI lidera boca-de-urna no México
Legenda que governou país por 71 anos sai na frente do partido do presidente Calderón em disputa legislativa
DA REDAÇÃO
Pesquisas iniciais de boca-de-urna no México davam vitória ao oposicionista PRI (Partido da Revolução Institucional)
nas eleições gerais legislativas
de ontem no país.
O PAN (Partido da Ação Nacional), do presidente Felipe
Calderón, reconheceu a derrota na noite de ontem.
O partido centrista, que governou o México por 71 anos,
até o ano 2000, tinha, até o fechamento desta edição, ao redor de 35% dos votos, contra
27% do conservador PAN, segundo informações divulgadas
nas TVs Televisa e Milenio.
Em terceiro lugar nas apurações estava o Partido da Revolução Democrática (PRD, esquerda), com 15%.
As eleições vão definir os
ocupantes das 500 cadeiras da
Câmara de Deputados, além de
seis governos estaduais e 568
prefeitos.
Se confirmados os resultados
preliminares, o PAN deve perder a maioria da Casa -hoje
tem 206 assentos, contra 126
do PRD e 106 do PRI, que deve
passar a ser predominante.
Ontem à noite, o porta-voz
do PRI, Óscar Levín Coppel,
disse que seu triunfo era "certo" e que os partidários já estavam comemorando.
A vitória, se confirmada, fortalecerá o PRI -que, após derrota legislativa em 2006, havia
feito pacto com os oponentes
no Parlamento- e seu provável
candidato à Presidência em
2012, o governador do Estado
do México, Enrique Peña Nieto, advogado de 43 anos.
O mandato presidencial é de
seis anos. Não há reeleição no
México.
O governo de Calderón, apesar de se beneficiar de alta popularidade (60%) por conta
principalmente da chamada
"guerra ao narcotráfico", está
sofrendo os efeitos de uma forte crise econômica no país,
apontam analistas.
Estimativas dizem que a economia mexicana pode encolher
6%, puxada pela recessão no vizinho Estados Unidos.
Agenda comprometida
A derrota eleitoral deve dificultar a execução da agenda do
presidente, que incluía reformas no setor energético do país
(para abrir espaço para mais investimentos privados), nas leis
trabalhistas e no sistema tributário. Anteriormente, o PRI já
havia barrado na Câmara outras reformas pretendidas por
Calderón.
Os resultados das urnas também confirmam a crise do esquerdista PRD, que vive um racha interno.
A esperada alta abstenção
entre os eleitores se confirmava, ainda que não houvesse números oficiais. O México tem
77 milhões de eleitores, mas
autoridades estimavam que
menos da metade fossem às urnas, desmotivados por uma
campanha pelo voto nulo.
Com agências internacionais
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