São Paulo, terça-feira, 06 de julho de 2010

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Aliança entre adversários evita mega vitória do PRI

União de direita e esquerda mexicanas limita ganhos de partido em pleito

Números preliminares dão ao PAN de Calderón 3 dos 12 Estados em disputa; os 9 restantes devem ficar com o PRI


Luis Carballo/Efe
Presidente nacional do PRI festeja na capital

FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS

A aliança tática entre a oposição esquerdista e o governo conservador de Felipe Calderón no México conseguiu limitar o tamanho da vitória do tradicional PRI (Partido da Revolução Institucional) nas eleições regionais mexicanas de anteontem.
Segundo resultados preliminares, a união do esquerdista PRD (Partido da Revolução Democrática) com os governistas do PAN (Partido da Ação Nacional) ganhou em três dos 12 Estados em disputa -os nove restantes ficariam com os priistas.
A comemoração dos aliados inusuais se deve a terem assegurado os importantes Oaxaca, Puebla e Sinaloa, que reúnem 9,3% dos habitantes do país e eram governados há 80 anos pelo PRI. Já os priistas, que perderam a Presidência mexicana em 2000 para o PAN depois de 70 anos, mantiveram seis governos estaduais, ganharam três que estavam com a oposição e a maioria das prefeituras e legislativos locais.
No geral, seguiriam controlando 19 dos 31 Estados (32, com o Distrito Federal). "Essas alianças já existiam em alguns lugares antes de 2000, mas foram importantes agora por trazer alternância de poder a esses Estados", diz o analista político mexicano Fernando Dworak.
A necessidade da aliança, que escalou ex-priistas como candidatos, mostra tanto a fragilidade do governo Calderón, a cerca de dois anos do fim do mandato, em 2012, como as divisões internas do PRD, que ficou a poucos votos da Presidência em 2006.
O partido governista perdeu a maioria da Câmara para o PRI no ano passado. O PRI ganhou no Estado de Tamaulipas substituindo Rodolfo Torre Cantú -assassinado na segunda-feira passada- por seu irmão. O Estado, na fronteira com o Texas (EUA), é um dos mais violentos do país e palco de enfrentamento entre as forças públicas e o narcotráfico e entre cartéis de traficantes.
A abstenção em Tamaulipas, estimada em 60%, foi a maior em 12 anos. Para Dworak, a aliança de esquerdistas e conservadores deve se repetir em 2011 nas eleições para o importante Estado do México, governado atualmente pelo mais forte priista rumo às eleições de 2012, Enrique Peña Nieto.

Leia coluna de Clóvis Rossi sobre segurança e eleição

folha.com.br/pr762107


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