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Aliança entre adversários evita mega vitória do PRI
União de direita e esquerda mexicanas limita ganhos de partido em pleito
Números preliminares dão ao PAN de Calderón 3 dos 12 Estados em disputa; os 9 restantes devem ficar com o PRI
Luis Carballo/Efe
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Presidente nacional do PRI festeja na capital
FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS
A aliança tática entre a
oposição esquerdista e o governo conservador de Felipe
Calderón no México conseguiu limitar o tamanho da vitória do tradicional PRI (Partido da Revolução Institucional) nas eleições regionais
mexicanas de anteontem.
Segundo resultados preliminares, a união do esquerdista PRD (Partido da Revolução Democrática) com os
governistas do PAN (Partido
da Ação Nacional) ganhou
em três dos 12 Estados em
disputa -os nove restantes
ficariam com os priistas.
A comemoração dos aliados inusuais se deve a terem
assegurado os importantes
Oaxaca, Puebla e Sinaloa,
que reúnem 9,3% dos habitantes do país e eram governados há 80 anos pelo PRI.
Já os priistas, que perderam a Presidência mexicana
em 2000 para o PAN depois
de 70 anos, mantiveram seis
governos estaduais, ganharam três que estavam com a
oposição e a maioria das prefeituras e legislativos locais.
No geral, seguiriam controlando 19 dos 31 Estados (32,
com o Distrito Federal).
"Essas alianças já existiam
em alguns lugares antes de
2000, mas foram importantes agora por trazer alternância de poder a esses Estados", diz o analista político
mexicano Fernando Dworak.
A necessidade da aliança,
que escalou ex-priistas como
candidatos, mostra tanto a
fragilidade do governo Calderón, a cerca de dois anos
do fim do mandato, em 2012,
como as divisões internas do
PRD, que ficou a poucos votos da Presidência em 2006.
O partido governista perdeu a maioria da Câmara para o PRI no ano passado.
O PRI ganhou no Estado
de Tamaulipas substituindo
Rodolfo Torre Cantú -assassinado na segunda-feira passada- por seu irmão.
O Estado, na fronteira com
o Texas (EUA), é um dos mais
violentos do país e palco de
enfrentamento entre as forças públicas e o narcotráfico
e entre cartéis de traficantes.
A abstenção em Tamaulipas, estimada em 60%, foi a
maior em 12 anos.
Para Dworak, a aliança de
esquerdistas e conservadores deve se repetir em 2011
nas eleições para o importante Estado do México, governado atualmente pelo mais
forte priista rumo às eleições
de 2012, Enrique Peña Nieto.
Leia coluna de Clóvis Rossi
sobre segurança e eleição
folha.com.br/pr762107
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