DE JERUSALÉM

O governo da Turquia deu um ultimato a Israel: ou recebe um pedido oficial de desculpas pela ação militar contra a frota humanitária que tentava romper o bloqueio à faixa de Gaza, no mês passado, ou cortará relações com o Estado judaico.
A ameaça, que era insinuada desde o incidente em tons cada vez mais estridentes, foi feita de modo explícito pela primeira vez pelo ministro das Relações Exteriores turco, Ahmet Davutoglu.
Em entrevista ao jornal "Hurriyet", o ministro disse que o rompimento só será evitado se Israel se desculpar ou aceitar uma investigação internacional do episódio.
É mais uma expressão da crescente hostilidade da Turquia, que até recentemente era o principal aliado de Israel no mundo islâmico.
Em protesto contra a ação israelense no navio de bandeira turca Mavi Marmara que deixou nove ativistas mortos e dezenas de feridos, Ancara chamou de volta seu embaixador em Tel Aviv.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Liberman, rejeitou a exigência de Davutoglu e alfinetou: "Não temos nenhuma intenção de pedir desculpas. O oposto é o certo", disse o ministro, em visita à Letônia.
O ultimato turco mostra que teve pouco efeito o encontro secreto ocorrido na semana passada, na Suíça, entre ele e o ministro da Indústria de Israel, Binyamin Ben-Eliezer, por pressão dos Estados Unidos. (MN)


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